Canibalismo: Parte Da História Humana

Canibalismo significa ato ou prática de seres humanos que comem a carne ou órgãos internos de outros membros na mesma espécie. Também chamado de antropofagia. Praticantes são chamados de canibais. A prática era difundida no passado entre os seres humanos, em muitas partes do mundo, até o século XIX, com maior destaque entre as tribos de aborígenes do Pacífico sul ou às existentes na África Tropica.

Origem Do Canibalismo

A tribo CARIB, das Antilhas, local do qual a palavra canibalismo deriva, adquiriu reputação de longa data como canibais após a propagação das suas lendas, no século XVII. O canibalismo foi praticado de maneira feroz como método condenatório em várias guerras, caso da Libéria e Congo. Historiadores registram práticas do ritual em guerras de tribos situadas na Melanésia. De maneira a histórica a prática serviu como alegações, ou desculpas, no sentido dos poderes coloniais aplicarem a escravidão.

Canibalismo e Dificuldades De Nomenclatura

Canibalismo testa os limites do relativismo cultural, se demonstrando sempre como matéria que desafia antropólogos em níveis consideráveis para definir o que é ou não aceitável para além dos limites do comportamento humano. Em grande parte do mundo, o canibalismo não representa prática ilegal quando executadas por populações consideradas nativas. Porém, as pessoas que comem carne humana são acusadas de crimes não relacionados com canibalismo. Há resistência à rotulagem formal de que o canibalismo represente transtorno mental.

Interessante notar que em épocas modernas o canibalismo foi praticado de maneira ocasional como um último recurso das pessoas que sofrem de fome. Exemplo considerado famosos que já virou até filme aconteceu no acidente de expedição da Força Aérea Uruguaia 571, quando alguns sobreviventes comeram os corpos dos passageiros mortos no sentido de garantirem à própria sobrevivência.

Alguns pensadores apontam que a prática de canibalismo é oriunda dos primeiros anos de vida do ser-humano. De acordo com pesquisas foi por especialistas, marcadores genéticos comumente encontrados em seres humanos modernos em todo o mundo sugerem que hoje muitas pessoas carregam gene que evoluiu como proteção contra as doenças do cérebro que podem ser disseminadas pelo tecido cerebral.

Cultura e Canibalismo

Em algumas sociedades, o canibalismo representa norma cultural. O consumo de uma pessoa de dentro da mesma comunidade é chamado de endocanibalismo. A prática em formato de ritual pode acontecer nos momentos de luto, em eventos fúnebres como maneira de guiar as almas dos mortos para os corpos dos descendentes vivos.

Pode acontecer o consumo de outra pessoa de fora da comunidade como maneira de celebração da vitória contra uma tribo rival. O canibalismo também pode ser alimentado pela crença de que comer carne de pessoa ou órgãos internos dotam o canibal com algumas das características do defunto.

No mundo civilizado o canibalismo não simboliza norma aceita de conduta social. Há inúmeros exemplos de assassinos que consomem vítimas, muitas vezes decorrentes de algum grau de satisfação sexual ante do ato de canibalismo. Características de canibalismo no folclore e lendas de muitas culturas são atribuídas aos personagens maus, ou retribuição de que algo considerado errado.

Séries de histórias em mitologia grega envolvem canibalismo: Tiestes, Tereus e, especialmente, Cronos, simplesmente o Saturno no panteão romano. Na antiguidade, os relatórios gregos de canibalismo, (muitas vezes chamados de antropofagia) foram relacionados para a prática dos bárbaros.

Canibalismo Na Pré-História

Alguns antropólogos, como Tim White, sugerem que o canibalismo representa ritual comum nas sociedades humanas antes do início do Paleolítico. Esta teoria baseia-se na grande quantidade de “talhos humanos” e ossos encontrados em Neandertal. O canibalismo no Baixo e Médio Paleolítico pode ter ocorrido por causa da escassez de alimentos.

Pesquisadores descobriram evidências físicas de canibalismo em tempos antigos. Em 2001, os arqueólogos da Universidade de Bristol encontraram evidências de canibalismo na Idade de Ferro.

White também sugeriu que o ritual de canibalismo serviu para a remoção de cadáveres e forma para intimidar os predadores. Na caverna Gough, Inglaterra, foram achados restos de ossos humanos e crânios que pré-datam cerca de quinze mil anos que sugerem quê o canibalismo ocorreu entre as pessoas residentes na parte interna, sendo que de maneira provável os crânios humanos eram usados como vasos de beber.

http://www.youtube.com/watch?v=301BQxVdT4c

Relatos históricos apontam tribos aborígenes da Austrália e Nova Zelândia eram canibais e estavam dispostos a comer qualquer guerreiro que fosse morto em batalha, fosse inimigo ou membro do próprio grupo.

Canibalismo é relatado na Bíblia durante o cerco de Samaria. Duas mulheres fizeram pacto para comer os filhos, após a primeira mãe servir o filho à segunda parte materna comeu, mas se recusou em retribuir ao cozinhar própria filha.

St. Jerônimo, em sua carta contra Jovinianus, lista vários exemplos de povos e costumes. Entre os diversos assuntos, Jerônimo menciona já ter ouvido falar em tribos que comem carnes humanas, situadas nas fronteiras da Índia.

Canibalismo Nas Cruzadas

Durante as guerras dos mulçumanos no século XII casos de canibalismos foram relatados. Relatos de canibalismo também foram encontrados na Primeira Cruzada, com cruzados acusados de terem se alimentado dos corpos de seus oponentes mortos após o Cerco de Ma’arrat Numan.

Amin Maalouf alega incidentes de canibalismo adicionais sobre a marcha para Jerusalém e aos esforços da igreja em eliminar as menções de história ocidental. Entre 1315 e 1317 também aconteceram relatos em diversas partes de Europa que estavam sofrendo com épocas de crise na alimentação.

No norte da África, como na Europa, há referências ao canibalismo como último recurso em tempos de fome. O marroquino muçulmano explorador Ibn Batutta informou que um rei africano aconselhou que as pessoas próximas fossem canibais. No entanto, Batutta relatou que os árabes e os cristãos eram inseguros e de carne “imatura”, fazendo com que o comedor adoecesse.

Por breve período na Europa forma incomum de canibalismo ocorreu quando milhares de múmias egípcias preservadas em betume foram moídas e vendidas como remédios. A prática desenvolvida em um negócio de larga escala floresceu até o final do século XIX.

Essa “moda” terminou porque as múmias foram reveladas na verdade como parte integrante dos corpos de escravos mortos. Nesta época o folclore apontava que as múmias possuíam propriedades medicinais contra sangramento e eram vendidas como produtos farmacêuticos em forma de pó.

Artigo escrito por Renato Duarte Plantier

Gostou? Curta e Compartilhe!

Categoria(s) do artigo:
Natureza

Artigos Relacionados


Artigos populares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *