Os problemas com esgotos é um caso muito sério no Brasil, pois o governo não dá exatamente a assistência que deveria e acabamos por ter uma política ineficiente voltada para isso. A falta de tratamento de esgotos além de propagar a poluição do nosso ar, traz para a população um número praticamente incontável de problemas de saúde. Se pararmos para analisar um pouco, do jeito que a situação atual aqui no Brasil está transformar nossas redes de esgoto uma das melhores ou torna-la pelo menos um bom exemplo para nós mesmos, é muito complicado, mas não custa nada ficar por dentro de como funciona e como deveria ser.
Como sabemos que poucas pessoas têm conhecimento nesse assunto, vamos conversar um pouco sobre isso e tentar ensinar da melhor forma, como começar a evitar problemas com esgotos na nossa própria casa. Sim! Porque o problema não começa dos grandes para os menores esgotos, e sim daqueles que ficam no quintal das nossas casas, principalmente as casas de comunidades carentes que não são construídas com a devida infraestrutura para isso.
O Que é uma Rede de Esgoto
Com certeza você já deve ter escutado esse termo várias vezes, principalmente em jornais e revistas que sempre noticiam problemas relacionados à nossa rede de esgoto. Mas você sabe ao certo o que é uma rede de esgoto?
Vamos explicar mais detalhadamente então.
Quando ligamos uma torneira ou apertamos o botão do vaso sanitário de nossas casas, toda a água e os resíduos que são levados pela água corrente vão diretamente para um esgoto individual. Mas você já parou para imaginar para onde vão os resíduos desse esgoto individual? Eles vão justamente para a rede de esgotos. Então podemos entender sobre isso que rede de esgotos é um conjunto de obras para onde se destinam os resíduos de uma determinada região. À medida que essa região cresce, é necessária uma rede de esgoto maior, portanto um tratamento mais detalhado.
A rede de esgoto começa na calçada da sua casa, onde recebe seus resíduos individuais, da sua calçada, passa para construções maiores que chamamos de redes coletoras e a partir daí, os resíduos são direcionados à estação de tratamento de esgoto. Como existem casos das redes coletoras não conseguem alcançar o seu ponto final, são criadas estações elevatórias, que bombeiam o escoamento do esgoto até o ponto final.
Como Seria o Melhor e mais Eficiente Tratamento de Esgoto
Claro que existe um modelo maior de como seria uma estação de esgoto perfeita, porém nem sempre isso é viável e não é somente o dinheiro investido que conta. As condições de clima, elevação de terreno, cultura de limpeza entre outros fatores contribuem para que certos modelos não se tornem aplicáveis à nossa realidade. Então vamos tentar chegar mais perto da nossa realidade de como seria um exemplo de rede de esgoto e que sanaria muitos problemas quanto a isso no nosso país.
Em outubro de 2012, o engenheiro ambiental Rafael Brito de Moura desenvolveu para a Universidade de São Paulo, a USP, um projeto de uma nova rede de tratamento de esgoto que promete diminuir os custos destinados a isso além de ser mais eficiente que a atualmente aplicada. O projeto de Rafael Brito fez parte do seu mestrado na Escola de Engenharia de São Carlos e logo chamou a atenção devido sua eficiência. Ele promete remover todo o nitrogênio, que prejudica e muito a saúde humana e ao mesmo tempo, reduzir a matéria orgânica sem que isso cause custos altos, como acontece hoje e também de uma forma muito mais simples em relação a que também está em uso.
Como Funciona o Tratamento de Esgoto Atualmente
Hoje é necessário no mínimo dois reatores para fazer o processo de retirada do nitrogênio e da matéria orgânica que vem depositado nos escoamentos. Isso encarece e muito a limpeza de esgotos, pois dependendo da cidade, o número de reatores aumenta e muito. Cada reator possui um cilindro com espumas de poliuretano no seu interior que são utilizadas como base para o crescimento e aparecimento de bactérias que unidas ao reator, ajudam na limpeza dos esgotos.
Então, para fazer a retirada do nitrogênio do esgoto é preciso dois reatores, um para a primeira fase do processo onde são utilizadas bactérias nitrificantes e uma segunda que utiliza bactérias desnitrificantes.
Qual a Diferença Para o Novo Modelo?
Com o projeto de Rafael Brito, seria utilizado apenas um único reator de forma cilíndrica onde dentro destes, existiram outros 13 pequenos cilindros que seriam recobertos pela mesma espuma de poliuretano, que já é utilizada no sistema atual.
Na primeira fase do projeto, as bactérias nitrificantes seriam desenvolvidas fixas às espumas de poliuretano, mais precisamente na parte interna. Esse primeiro processo utilizaria duas horas para ser concluído. Após esse tempo, iria desligar a aeração do reator para que as bactérias agissem com mais potencia sobre o nitrogênio. A partir de então, estas transformariam todo o nitrato em nitrogênio gasoso e este seria liberado pela atmosfera. Daí a grande sacada do jovem engenheiro.
Vamos entender um pouco melhor. As bactérias nitrificantes e desnitrificantes, fazem o mesmo processo, porém a primeira utiliza oxigênio no seu processo e a segunda precisam exatamente do contrário para reagirem corretamente. O que acontece com a atual rede de esgotos é que cada processo desse é feito em um reator diferente e no novo projeto, seria desenvolvido um único reator que suportasse fazer os dois processos. Como para isso iria se precisar de mais energia, o projeto já sana outro problema, pois a obtenção de energia viria a partir da liberação de elétrons de carbono que estão presentes nas matérias orgânicas de todos os esgotos.
http://www.youtube.com/watch?v=PTz1O-xeh80Então podemos concluir que o novo projeto utilizaria os restos de comida, folhas, animais mortos entre outros resíduos do tipo que são encontrados nos esgotos, para gerar energia para os reatores que fazem a limpeza geral. De acordo com Rafael Brito Moura, um reator do seu projeto é capaz de tratar pelo menos 12 litros de esgoto por dia, sendo que foi um projeto pequeno utilizado em uma rede de esgotos artificial.