Todos os dias podemos acompanhar nos noticiários da TV, em sites, no Facebook e em todo tipo de mídia notícias a respeito de efeitos que causam danos e mudanças climáticas no planeta. Porém, dificilmente encontramos um conteúdo com foco em demonstrar como esses danos poderiam deixar de acontecer.
É necessário que a humanidade comece a se perguntar “quanto custa salvar a natureza?”. O equilíbrio entre as atividades humanas que não podem cessar e o resgate da natureza precisa ser encontrado. Para chegar a essa patamar é necessário fazer inúmeras modificações na forma como vivemos hoje e isso custa dinheiro e muito.
Esses custos astronômicos fazem com que os governos dos países apenas desconversem do assunto e façam de conta que não é com eles. Além disso, devemos considerar ainda que os verdadeiros malefícios causados pelo aquecimento global ainda não estão se manifestando de forma tão assustadora.
Natureza
Se você também se pergunta quando lê as notícias e pensa no futuro das gerações da sua família quanto custa salvar a natureza confira o restante desse texto.
Crise Econômica
Um dos acontecimentos que fez muitas pessoas começarem a pensar sobre o investimento em salvar a natureza foi a crise econômica. O mundo percebeu que se é possível investir trilhões para salvar a economia também é possível fazer investimentos buscando melhorar a qualidade de vida no planeta.
Uma curiosidade é que órgãos da ONU realizaram estudos com base nos gastos para salvar a economia e percebeu que para proteger o meio ambiente, combater as mudanças climáticas e oferecer água limpa, alimentos e saneamento para 1 bilhão de pessoas o investimento seria bem menor do que aquele para salvar a economia da crise.
Beleza da Natureza
Aliás, ainda houve uma projeção que demonstrou que se esse investimento fosse feito para reduzir as emissões de gases-estufa e proteger a natureza o retorno seria de até cem vezes o valor inicial. Além disso, ainda haveria a economia de trilhões de dólares que seriam necessários mais tarde.
A conclusão a que se chegou é que investir na redução da emissão de gases-estufa traria um ótimo retorno e ainda evitaria muitos gastos necessários num futuro caótico.
Algumas Conclusões de Estudos Sobre Valores Para Salvar a Natureza
Ecossistemas e Biodiversidade – The Economics of Ecosystems and Biodiversity
O estudo intitulado “The Economics of Ecosystems and Biodiversity” (Teeb) e que foi encomendado pela Comissão Europeia e pelo governo da Alemanha chegou a conclusão de que a proteção de grande parte dos rios, mares, montanhas e florestas poderia ser feita com um investimento anual de cerca de US$ 45 bilhões.
De acordo com os pesquisadores nesse momento os argumentos econômicos para proteger a natureza estão começando a entrar no pensamento dominante dos investidores. Além da estimativa financeira de investimento para a proteção da natureza esse equipe de pesquisadores trabalhou em chegar a um custo para a economia se, por exemplo, as florestas deixassem de oferecer água limpa ou mesmo absorver o dióxido de carbono (CO2).
Isso custaria ao planeta um custo que ficaria entre US$ 2 trilhões e US$ 5 trilhões por ano.
Building Biodiversity Business
Outro estudo interessante a respeito dessa temática de custo para salvar a natureza é o “Building Biodiversity Business” que foi elaborado por economistas da Shell e por membros da International Union for Conservation of Nature (IUCN). Nesse estudo chegou-se a conclusão de que preservar os mais importantes ecossistemas mundiais no decorrer dos próximos 30anos custaria cerca de US$ 1,3 trilhão.
Segundo o trabalho com essa quantia seria possível preservar cerca de 15% das terras e 30% dos oceanos da pesca predatória, exploração ilegal da madeira e poluição bem como salvar a maioria das espécies de animais que estão ameaçadas de extinção.
Mudança Climática
Um estudo britânico foi feito com o objetivo de se chegar a uma estimativa de custos e benefícios das mudanças climáticas. Nesse estudo chegou-se a conclusão de que o investimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial num ano (cerca de US$ 540 bilhões) seria suficiente para manter as emissões de gases do efeito estufa num nível aceitável.
Porém, uma revisão feita nesse estudo no ano de 2006 afirmou que no caso de os países não agirem os custos e riscos totais das mudanças climáticas iriam subor para trilhões de dólares por ano.
Energia Renovável
Uma das premissas mais importantes para salvar a natureza é com certeza mudar o nosso modelo energético e buscar utilizar somente fontes de energia limpa. A mudança do uso de combustíveis fósseis por energia renovável somente nos Estados Unidos iria reduzir cerca de 20% as emissões de dióxido de carbono.
Essa é uma das propostas do Clean Energy 2030 que foi elaborado pela empresa Google com vista a pensar num futuro mais sustentável. Deve-se destacar que a proposta também apresenta uma solução para a dependência dos Estados Unidos de combustíveis fósseis. Além disso, essa proposta ainda garantiria a geração de centenas de milhares de novos empregos.
O projeto Clean Energy 2030 apresenta como proposta o gasto de cerca de US$ 4,4 trilhões, ao longo de 22 anos para que se torne possível substituir o uso do carvão e do petróleo para gerar eletricidade. A substituição seria feita por fontes de energia renováveis.
O plano objetiva a produção de 250 GW de solar, 380 gigawatts (GW) de energia eólica e 80 GW de geotérmica. Há ainda a proposta de redução de 33% do consumo de energia com a adoção de medias que sejam ecoeficientes. Seria importante também conseguir uma redução de 40% do consumo do petróleo consumido pelos carros através de um aumento de 90% da venda de carros híbridos.
Água e Saneamento
Ainda teve o estudo realizado pela organização beneficente internacional WaterAid que chegou a conclusão de que para poder oferecer água potável e saneamento para cerca de 2,5 bilhões de pessoas seria necessário fazer um investimento de US$ 55,7 bilhões (ou 37,5 bilhões de libras esterlinas).
A instituição afirma que essa quantia é praticamente igual aos recursos que o governo britânico repassou para salvar os bancos Royal Bank of Scotland, Lloyds e HBOS. Isso nos faz pensar se não estamos focando nas prioridades erradas, pois ao invés de salvar bancos não é mais importante salvar vidas?
