Encravado na divisa de quatro estados brasileiros, Maranhão, Piauí, Bahia e Tocantins, o Parque das Nascentes do Rio Parnaíba foi criado para preservar riquezas naturais, tanto em recursos minerais quanto em biodiversidade, que envolvem as nascentes deste que é um dos maiores rios do Nordeste.
Com uma flora que mistura matas características da Amazônia com uma forte presença do Cerrado, a região natal abriga aproximadamente 60 espécimes diferentes de mamíferos e mais de 200 espécies de aves, por isso é também conhecida como um paraíso para biólogos e estudiosos. É uma das mais extensas áreas preservadas do Cerrado brasileiro.
O Parque das Nascentes do Rio Parnaíba possui uma extensão de mais de 733 mil hectares e seu relevo é composto por Chapadas e Chapadões, entre eles a Chapada das Mangabeiras, de onde partem as nascentes que dão origem aos rios Lontras, Curriola e Água Quente que, ao unirem-se, formam o Rio Parnaíba.
É um espaço interessante não apenas para estudo e informativo, mas também para os interessados em saber um pouco mais sobre a flora e fauna do Brasil.
Parque Das Nascentes Do Rio Parnaíba Gera Polêmica Ambiental
Atualmente há um Projeto de Lei tramitando com proposta para a mudança da área prevista para o Parque, assunto que gera muita polêmica por conta dos interesses de agricultores e de populações ribeirinhas, que deverão ser retirados da área e indenizados quando dá real implantação do Parque.
Criado em 2002 por Decreto Presidencial, o Parque das Nascentes do Rio Parnaíba foi previsto para a realização de atividades de pesquisa da biodiversidade e de ensino, utilizando-se das boas condições de preservação em que se encontra a área, bem como para a prática do ecoturismo, um setor econômico que cresce com muita velocidade no país.
Porém, só neste ano que foi anunciada a licitação visando a real demarcação do Parque, com cadastramento de famílias e propriedades em suas áreas. Enquanto isso, queimadas ilegais, pecuária extensiva e outras agressões à bacia hidrográfica do Parnaíba ainda acontecem com frequência.
Para a preservação do Parque, é imprescindível também a manutenção do Rio Parnaíba, o segundo maior rio do Nordeste, que ao longo de seus 1.750 km de trajeto corta cerca de cinquenta municípios, recebendo dejetos das populações que vivem à suas margens e não são assistidas por saneamento básico.
Implantação de redes de esgotamento para essas populações, recuperação da mata ciliar através de reflorestamento e o tratamento dos lixões que atendem aos municípios ribeirinhos transformando-os em aterros sanitários são algumas das ações mais urgentes.
Assim, tanto o rio Parnaíba quanto o Parque Nacional continuarão com suas riquezas preservadas, como também a população que vive em torno do rio poderá realmente se beneficiar com a demarcação, com ganhos na qualidade de vida relacionados à implantação do Parque.