O conceito de deserto verde está relacionado tanto com os efeitos provocados pela desertificação como às erosões dos solos, que acompanha reveses consideráveis na biodiversidade e condições agrícolas para novos plantios.
Os ambientalistas também utilizam o termo para designar o sistema de plantio e exploração das árvores responsáveis pela fabricação de celulose. A monocultura, cultura de penas uma especialidade agrícola, causa estragos ao meio ambiente.
Acácia, pinus e eucalipto são três espécies utilizadas com frequência na produção de papel e que podem secar todas as espécies existentes ao redor. De certa forma, os impactos ambientais do deserto verde estão relacionados com as condições do plantio, espécie plantada e extensão da área cultivada.
• Conceito de Deserto Verde
O Brasil representa maior país do mundo em grandes regiões agrícolas especializadas em apenas um tipo de produção. Os produtores adotam a prática de máquinas para gerar alta produção em troca de poucos salários. O uso intensivo de agrotóxico e sementes transgênicas ainda é destaque em terras nacionais.
Cientistas e ambientalistas apontam crescimento do deserto verde por causa do crescimento econômico da nação relacionado com a exportação, na atualidade considerada como uma das maiores fontes de dinheiro para o PIB nacional. Eucalipto e soja são duas produções que se expandem pelo Brasil, auxiliando também com a degradação do solo da maioria das regiões com este tipo de plantio.
No país, 100% das produções de papel e celulose são feitos com matérias primas extraídas de regiões reflorestadas, a maioria de eucalipto, outra boa parte dos pinus. A estatística pode trazer tranquilidade aos cidadãos menos conhecedores da realidade que traz prejuízos à preservação ambiental em terras nacionais.
Utilizar madeira de florestas reflorestada não necessariamente quer dizer que a produção tem caráter sustentável. Reflorestamentos feitos com monoculturas em grandes áreas causam impactos sociais e ambientais de forma considerável. A biodiversidade também é abalada junto com a baixa na oferta de empregos, fazendo as populações rurais migrarem em massa.
• Danos que a Celulose pode Causar
A diversificação vegetativa ao redor corre risco de morrer por falta de nutrientes. As árvores usadas na produção de celulose são caracterizadas pelo crescerem de forma rápida, consumindo maior quantidade de água e causando a seca nas nascentes, prejudicando inclusive os mananciais aquáticos subterrâneos.
O conjunto recursos hídrico pode ser instinto. Exemplo interessante está no Espírito Santo, região que estimulou a monocultura e hoje em dia traz quase 140 córregos secos. A exaustão proporcionada ao solo inviabiliza novas produções agrícolas no futuro. O terreno fica aberto a cada dois anos depois do período de colheita, aumentando as chances de acontecerem erosões.
• Produção de Celulose
Com as degradações proporcionadas pelos plantios das monoculturas da celulose acontece diminuição da biodiversidade. Os habitats naturais não servem alimentos ou nutrientes necessários às espécies conviverem em nichos ecológicos. A ação provoca surgimento das grandes populações de insetos e pragas.
Além de ser considerada como prática não sustentável, as produções geravam pouca geração de emprego às populações locais. Especialistas nas monoculturas do gênero dizem que os processos produtivos são praticamente mecanizados.
O desmatamento fica ainda mais exacerbado quando se associa as produções de eucaliptos como combustíveis para fornos de siderúrgicas que prejudicam as regiões ao redor pela atmosfera.
Para tentar diminuir os efeitos provocados os especialistas aconselham aos produtores plantar espécies distintas entre os corredores nos quais estão presentes as árvores da celulose. Porém, poucos agricultores estão dispostos a adicionar gastos adicionais para manter a qualidade da cultura do solo e nível de biodiversidade.
A meta dos donos das grandes extensões vegetativa está na maximização dos lucros. Algo tido como impensável, visto que no futuro o solo pode estar completamente improdutivo. Cientistas se convergem ao afirmar que as árvores de celulose são as mais danosas ao meio-ambiente.
Desertos verdes estão sendo criados com a argumentação do reflorestamento. O eucalipto quando plantado, pode prejudicar a vida fértil da terra e os sais minerais, comprometendo os habitat naturais da fauna e vegetação.
O eucalipto é conhecido por ter raízes longas que penetram nos lençóis freáticos do solo, freando o abastecimento de água para outras partes da região. Os pés da espécie podem consumir mais de trinta litros de água por dia.
Os rios também sofrem bastante quando existem plantações de eucaliptos. O assoreamento proporcionado pela falta de água provoca as secas, por consequência, desequilíbrio ambiental. Não apenas fauna e vegetação sofrem como também a produção de qualquer tipo de cultura agrícola.
Eucaliptos no Espírito Santo chegaram a secar em até trinta metros de profundidade os poços cartesianos. Com as ações, populações locais ficam sem água e realizam migrações para outras partes do país.
Fábricas de celuloses são as principais culpadas pela ausência de águas nas regiões que trazem plantações de eucaliptos e podem se tornar, no futuro em breve, uma grande área de deserto verde.
Um grande mito neste âmbito de discussão está na geração de emprego. Fábricas de celuloses dizem colaborar com a empregabilidade das regiões nas quais estão atuando de forma produtiva.
De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Estatística – em uma fazenda do Espírito Santo com dois mil hectares há menos de trezentos mil trabalhadores empregados de forma oficial, ou seja, com carteira assinada.
Porém, dados do IBGE também afirmam que na área zoneada existem quase 01 milhão de cidadãos adultos que trabalham. Os números de assalariados por causa do eucalipto devem cair nos próximos anos por que a produção diminui por causa da degradação causada no solo.
• Principais Problemas do Deserto Verde
Problemas ambientais.
Concentração de terra na mão de poucos donos.
Representa um dos principais problemas para a implantação da reforma agrária brasileira.
Modelo que contribui de forma mínima com o PIB nacional, sendo que os impostos são desonerados pela lei Kandir.
Diminuição nos postos de trabalhado.
Vazios populacionais.
Plantio das culturas fica regredido a cada dois anos por causa da disputa por energia entre as espécies.
Vídeos sobre Deserto Verde
Assista ao seminário que acontecer na UFSM sobre o consumo de água proporcionado pelo cultivo de eucalipto:
Veja também o documentário “Cruzando o Deserto Verde” que denuncia a invasão das empresas de celulose no Espírito Santo e sul da Bahia.
Artigo escrito por Renato Duarte Plantier