Sabemos já que a falta de chuva acarreta uma série de problemas para o nosso meio. Muitas vezes não temos a noção do quão prejudicial essa seca pode ser e os diversos fenômenos implícitos ou explícitos que acontecem ao mesmo tempo. Mais abaixo você vai conhecer um exemplo de problemas causados pela escassez de água em determinados ambientes. Esse processo se chama desertificação.
http://www.youtube.com/watch?v=Oa1DKbMb3Z0Definição
O nome já deixa basicamente subtendido sobre o assunto. Desertificação nada mais é que um fenômeno onde o solo seca a ponto de se transformar no mesmo solo que encontramos nos desertos pelo mundo afora. Esse fenômeno pode ocorrer através de um processo natural que é devido a falta de chuva, ou ocasionado pela ação do homem sobre uma determinada área.
Características – Vegetação
Quando existe o fenômeno da desertificação em uma determinada região, a vegetação muda totalmente quando não é extinta por completo. Essa mudança acontece por desmatamento do meio ou porque as plantas acabam por morrerem por falta de hidratação. Mesmo aquelas espécies que sobrevivem em regiões de clima seco não conseguem manter-se nesses casos pois o solo fica impróprio por completo, pois por secar demais, ele perde todas as suas propriedades de produção e se torna infértil.
Onde Ocorre
Podemos dizer que esse tipo de fenômeno pode ocorrer em qualquer região com incidência de rios e matas. Nos últimos 10 anos, a desertificação tem atingido mais as regiões da América do Sul, o sudoeste dos Estados Unidos, o Oriente Médio, o sul da África, o noroeste da China, a Austrália e o sul da Ásia. Claro que a variação de um para outro vai depender muito da falta de chuva nessas regiões e não podemos, no caso, apontar quais os locais que estão em casos mais críticos, pois é um fato que pode mudar de um dia para o outro.
Aqui no Brasil, a desertificação aumenta cada vez mais devido principalmente a ausência de chuva por muitos meses em algumas regiões. As cidades mais secas do nosso país, que já são costumeiramente atingidas pelo clima quente, têm sido palco para tal fenômeno e isso tem preocupado tanto à população quanto os ambientalistas.
Cidades da região Nordeste que é onde está localizado o nosso sertão, os Pampas Gaúchos, o Cerrado do estado do Tocantins, o norte de Minas Gerais e o norte do estado do Mato Grosso, são as áreas mais atingidas pelo fenômeno da desertificação atualmente.
Consequências
Qualquer tipo de fenômeno, seja ele natural ou não, vai gerar uma consequência para o meio onde ocorre. Essa consequência pode favorecer ou desfavorecer a população dessa região e no caso da desertificação, a segunda opção é a mais cabível. A temperatura elevada já dificulta e muito a situação de quem vive em regiões desse tipo, juntando então a falta de água, a escassez de chuvas, consequentemente a falta de alimento para as população e para os animais, o estado crítico de um determinado local fica completamente elevado.
Entre os problemas mais graves gerados pela desertificação, vamos ter:
- O nível da umidade do ar que reduz e isso é um problema muito sério para quem vive em regiões desse tipo.
- A formação de regiões áridas e consequentemente impróprias para sobrevivência.
- O aumento da temperatura local que passa a ser um dos maiores incômodos causados por esse fenômeno.
- A infertilidade do solo que fica impróprio para qualquer tipo de cultivo por perder as suas propriedades.
- Anula a prática da agricultura já que, como citamos no item acima, o solo fica impróprio para qualquer tipo de cultivo e animais também não podem ser mantidos na região.
- O aumento da fome e da pobreza local justamente pela falta de recursos que a população passa a ter.
- A morte de diversos animais que não encontram alimento, água e clima adequado para a sua sobrevivência. Da mesma forma podemos considerar a vegetação do local que é reduzida a zero.
- A erosão do solo.
Comissão Nacional de Combate à Desertificação
A ideia de proteger as regiões atingidas pela desertificação veio em 1994, quando a Organização das Nações Unidas, a ONU criou a “Comissão contra a Desertificação”. Essa comissão organizada tinha como principal objetivo, criar diversos projetos voltados à regiões atingidas pelo fenômeno e com resultado eficaz, podendo dessa forma evitar que as regiões atingidas pela desertificação aumente. O principal foco na época era resolver o problema da África, que era o maior do mundo, mas depois o projeto foi expandido para o resto do planeta.
Com 4 anos depois, em julho de 1998, Ministra do Meio Ambiente da época, Marina Silva, lançou o projeto aqui no Brasil e intitulou de Comissão Nacional de Combate à Desertificação. Os objetivos dessa comissão nacional eram praticamente os menos da comissão mundial, porém teríamos planos direcionados exatamente ao nosso país e, principalmente, focos direcionados à cada região e não um plano geral como ofertava a primeira proposta da ONU.
No mesmo ano o regimento dessa comissão foi definido e se tornou lei pelo Decreto 2.741, de 20 de agosto de 1998. Aqui no Brasil, todos os ministérios exerceriam poder sobre o assunto desde que direcionados à sua área de atuação. Isso evitaria que todos os problemas se concentrassem apenas no Ministério do Meio Ambiente e com isso alguma medida de precaução ou exclusão da desertificação fosse tomada. Então ficaram envolvidos principalmente o Ministério da Integração Nacional, o do Ministério do Planejamento, o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Educação e o Ministério das Cidades.
A Comissão Nacional de Combate à Desertificação deu enlace para outros projetos menores, bem a nível estadual, como foi o caso do Plano Estadual de Enfrentamento da Desertificação, juntamente com o lançamento do Programa de Ação de Combate à Desertificação, que tratou dos assuntos relacionados à desertificação ocorrente no estado de Pernambuco.
Para ampliar ainda mais o entendimento tanto de profissionais como da população sobre o assunto, o Ministério do Meio Ambiente realiza até hoje o ENED que é o Encontro Nacional de Enfrentamento da Desertificação, onde recebe reivindicações e atualiza as suas informações sobre a desertificação no meio ambiente.
Com a devastação de matas e florestas causada pela ação do homem, tem-se surgido vários fenômenos que acarretam grandes danos à população e, principalmente, ao meio ambiente. Um dos mais graves é a desertificação, que nada mais é que a transformação do solo de determinada região produtiva em um solo pobre e infértil.
Esse fenômeno é mais comum mas regiões que apresentam clima árido, semi-árido e sub-úmido seco. Além dos problemas ambientais que são bem comuns nesse cenário como erosão, seca, perda da biodiversidade, dentre outros, um problema muito grave causado pela desertificação é de cunho sócio-ambiental, pois com a improdutividade do solo, a população é obrigada a migrar para outras regiões, e, como isso, ocorre de forma desordenada, o impacto social é muito grande.
No Brasil, temos cerca de 1.200 municípios que já sofrem com a desertificação e estão distribuídos entre o Nordeste e Norte de Minas Gerais. Foi criado o Programa de Ação Nacional de combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN), em 2008, que envolve o poder público e a sociedade civil, para que, juntos, consigam minimizar os danos causados pela ação do próprio homem.