Na região de Joanópolis (Terra do Lobisomem), interior de São Paulo, há um rio com fontes distantes que traz o fluxo das águas desde os primórdios para formar a Cachoeira dos Pretos, conforme aponta Valter Cassalho, professor e historiados na região.
Pioneirismo e Aventuras de Antônio Preto
As rústicas cabanas da capital paulista surgiram no local em meados de 1574, após o explorador português Antônio Preto que desembarcou no território de São Vicente no ano de 1562.
Preto era um homem fidalgo e com imagem de inteligente na corte portuguesa que o nomeou como Juiz Ordinário da Câmara de São Paulo nos anos de 1575 e 1590. Durante o período foi ainda vereador. Caso com uma representante da família Antunes e teve quatro filhos do sexo masculino: José, Manoel, Sebastião e Inocêncio.
Não se pode esquece o fato de que ele também teve duas filhas, uma que se casou com João Sobrinho, e a outra com Gaspar Fernandes para ter sete filhos, entre eles: Sebastião Fernandes Preto, nascido no ano de 1586. Assim se formou o conjunto descendente de Antonio Preto.
Todavia o valor familiar recaiu sobre os filhos homens que se tornaram desbravadores, bandeirantes, sertanistas e povoadores. Os descendentes fizeram o nome da família com a prática de escravizar índios, prática básica de acordo com os costumes da época.
Saga de Manuel Preto e Caça aos Índios
Entre os filhos de Antônio Preto vale destacar Manuel Preto que nasceu em 1582 e tem o título popular de maior sertanista de todos os tempos. O jovem soldado com vinte ano de idade ingressou na segunda expedição bandeirante de 1602. Os roteiros tinham objetivos de explorar a interior de Minas Gerais a caminho do Rio das Velhas.
Após dois anos no campo de batalhe realizou matrimônio com Agueda Rodrigues, filha de Gonçalo Madeira e Clara “Parente”, descendente direta do Cacique Tibiriçá. No ano de 1615 conquistou autorização no sentido de construir a Capela Nossa Senhora de Aparecida no ano de 1615, em São Paulo. A construção foi concluída por volta de 1618.
No mesmo ano junto com o irmão Sebastião Preto reuniu a tropa e se dirigiu a Foz de Pirapó, afluente do rio Paranapanema, no sentido de buscar escravos-índios a serem vendidos às capitanias.
Os homens passaram por aventurar perigosas e desconhecidas. O caminho por rios e trilhas estava envolvido com mistérios. Em qualquer momento os índios podiam organizar ataques com arco e flechas ou realizar armadilhar para capturar colonizadores.
De fato a caça aos índios não consiste em tarefa fácil. Necessária perícia além de dezenas de anos com experiência. O ciclo de guerras era constante não apenas por causa da coroa da Portugal, mas em consequência das tribos inimigas. No ano de 1624, Sebastião Preto foi morte no rio Paraná em caminho ao Rio Grande do Sul.
No ano de 1615, Sebastião Preto foi nomeado comandante da infantaria de São Paulo. Atuou nas campanhas de caça a índios em Guairá. Figura histórica contemporânea de Raposo Tavares e outros nomes conhecidos entre os bandeirantes. O nome dele estava ligado ao grupo de índios e homens brancos que defendeu São Vicente dos ataques de holandeses.
Mesmo com a sentida morte de Sebastião, Manuel Preto continuou a trilhar o caminho no cenário de exploração. Em 1629 se tornou governador das ilhas de Santa Catarina e Santana e continuou o itinerário de expandir as divisas e se aventurar com campanhas para escravizar o povo indígena até 1930 – ano no qual morreu em virtude dos ataques de flechas inimigas.
Saga de Manuel Preto: O Moço!
O sangue de aventura continuou a correr nas veias da família. Manuel Preto (O Moço) assumiu a herança e sina de bandeirante. Com frequência organizava aventuras nas selvas brasileiras. Morreu em 1637 na batalha no Vale do Rio Taquari. Deixou para trás quatro órfãos.
Os filhos de Manuel cresceram e um deles, Manuel Preto Rodrigues, fixou residência em Jundiaí. Ele virou capitão e voltou a trilhar a origem dos avôs, tios e pai, em 1656. Quando retornou se casou com Francisca Siqueira de Moraes, filha de Leonor da Siqueira Baruel e Antonio Leme do Prado.
Em Busca do Ouro: Família dos Pretos Portugueses
Novas investidas e expedições foram iniciadas no ramo familiar rumo Minas Gerais, porém com objetivo diferente das caças aos índios. Os descendentes portugueses estavam em busca das jazidas de ouro recém-descobertas na região. Com o sucesso criaram novas povoações em Mariana e Vila Rica.
Com o mercado de mineração em queda os Pretos retornam ao Vale do Paraíba com o nome de novo herdeiro: Manuel Rodrigues Preto, filho de Rita Pinheiro Cardoso e Agostinho Preto. De acordo com o livro “Manuel Preto – herói de Guairá”, por Victor Azevedo, ele nasceu na região de São Gonçalo, filia da Campanha de Rio Verde. Com 26 anos de idade Manuel Rodrigues Preto com Maria Escolástica de Ornellas, filha de Maria da Silva de Santa Maria e Cabral de Ornellas.
Origem do Nome
De acordo com grande parte dos historiadores o início das campanhas da família portuguesa tem relação direta com a origem do nome “Cachoeira dos Pretos”, ponto natural que existe na cidade de Joanópolis, interior paulista.
De fato a origem do termo que designa o fenômeno está além do que se pensa. Necessário levar em conta que a história não possui relatos completos sobre as aventuras deles em busca de índios e ouro. Os ruídos alternados por causa dos ventos formam ecos distantes de família com saga de aventureiros preocupados em acumular riquezas no extenso território brasileiro.
Preservar a Cachoeira dos Pretos
Visitantes se impressionam na entrada por causa da ampla presença verde que se mistura de modo direto com o fluxo das águas e o barulho de natureza silvestre. Porém se faz necessário respeitar as regras de condutas para não atrapalhar o desenvolvimento da ecologia do local.
No começo os turistas que prestam atenção podem notar uma placa composta por madeira extraída na região que traz determinada mensagem: “Este é um santuário ecológico. Respeite o e preserve o: Prefeitura Municipal da Estância Turística de Joanópolis”.
Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier
Fonte: Joanopolis.com.br