Chamamos de semiárido a região brasileira que possui essa característica climática como predominante. Essas regiões geralmente são bem secas devido a umidade muito baixa e o volume reduzido de chuvas. Pelas características climáticas oficiais, o semiárido possui uma média de chuva que varia entre 200 mm e 400 mm, mas aqui no Brasil, consideramos um clima ou região como semiárido quando possui uma precipitação menor que 1000 mm.
Devido as condições precárias do clima, sobreviver em uma região semiárida passa a ser um desafio em diversos setores, entre eles a agricultura. Sabemos que as regiões mais secas de nosso país sofre com o clima quente e a escassez de chuva, o que dificulta completamente o cultivo de plantas e a criação de animais fornecedores de carne consumíveis. Ainda assim existe uma rica atividade nessas áreas que é importante conhecer e é isso que vamos saber logo mais abaixo.
Onde Está O Semiárido Brasileiro?
Se você perguntar para qualquer pessoa onde ficam as regiões secas do nosso país, com certeza a primeira resposta será no Nordeste. De fato, essa parte do território brasileiro sofre com a seca, mas isso se dá mais devido o bioma da caatinga e não somente o clima semiárido.
Este ocupa na verdade, apenas 11% de todo o Brasil, segundo dados do Ministério da Integração Nacional, e está presente em todos os 8 estados que compõe o Nordeste e mais alguns da região Sudeste. Podemos então dividir o semiárido da seguinte forma:
• Todos os Estados da Região Nordeste que inclui o Piauí, Ceará, Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe e a Paraíba.
• Parte da região Sudeste que abrande a área setentrional do estado de Minas Gerais.
Semiárido
Agricultura Familiar É assim que se chama de fato o tipo de agricultura praticada na região semiárida. Chamamos assim porque os cultivos são feitos por pequenos agricultores e donos de fazendas ou terras bem menores do que o de costume para a atividade e que realizam a produção tanto para venda como para seu consumo. Dessa forma a renda se equilibra melhor com essa prática já que esses pequenos agricultores não são esmagados por grandes empresas que se instalam na região para extrair do solo seus produtos.
Desertificação Falar da agricultura do semiárido e não citar o fenômeno da desertificação é praticamente impossível. Este foi causado devido a exploração dos solos da região semiárida do Brasil sem que houvesse um planejamento adequado. Com isso, temos uma ampla região que sofre com solos esgotados fazendo com que esta se assemelhe à um deserto, mas que em sua maioria não possui aquelas bonitas dunas de areia, apenas solos secos.
A desertificação não foi necessariamente causada apenas pelo uso descontrolado de uma região, muitas delas sofrem desertificação e nunca foram amplamente exploradas. Dizer que uma área do semiárido sofre com esse fenômeno, é acima de tudo, saber que o solo passou por problemas como variações climáticas também e assim se deu sua inabilidade. Hoje temos 68% do semiárido nordestino sofrendo gravemente com a desertificação.
Manejo Ecológico Este tem sido o nome dado por agricultores do semiárido que buscam uma melhoria do seu solo de forma que ele não sofra com a desertificação e outros problemas de escassez. Durante o 3º Encontro Nacional de Agricultoras e Agricultores Experimentadores do Semiárido, que aconteceu em outubro de 2013 na cidade de Campina Grande, na Paraíba, famílias inteiras de agricultores apresentaram experiências de manejo agroecológico que vêm acontecendo na regiões da Borborema, do Cariri e do Curimataú.
O manejo agroecológico é uma atividade voltada para a prática da agricultura de uma forma mais sustentável, pensando sempre na qualidade do solo para que ele não sofra no futuro devido à falta de planejamento. Os agricultores que exercem essa prática realizam cultivos de forma consorciada de algumas plantas, como árvores frutíferas, espécies forrageiras que são muito utilizadas como alimento de animais, grãos, árvores nativas da região, tubérculos, plantas medicinais, entre outras espécies.
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Isso faz com que haja um acúmulo maior de água, o que é muito importante nessa área já que os agricultores sofrem com essa escassez e também faz com que o solo se mantenha sempre fértil já que a atividade não é praticada de forma descontrolada em um único terreno. A agricultura com manejo ecológico permite ainda que a geração de renda seja melhor distribuída e ainda exista um adicional para cada família participante. Com isso limita a possibilidade de risco de acontece entressafras.
Incentivos à prática da Agricultura no Semiárido Vimos que a visão dos agricultores da região semiárida de nosso país vem mudando e buscando cada vez mais uma melhoria diferenciada de tudo o que já foi aplicado. Tais alterações vêm acontecendo principalmente porque esses pequenos produtores buscam incansavelmente uma melhoria na política de distribuição de renda, fazendo com que a economia local fique estável cada vez mais.
Para que isso aconteça, o governo vem implantando meios que auxiliam esses pequenos agricultores na atividade. Um ótimo incentivo que é aplicado é o associativismo e o cooperativismo, que ajudam o agricultor a se posicionar melhor no mercado.
Citamos Alguns Exemplos Dessa Prática:
•Fundos de pastos: é uma prática que visa a utilização da terra do semiárido por uma família ou grupo, onde estes criam animais de pequeno e grande porte totalmente soltos.
•Bancos e casas de sementes comunitárias: como o nome já indica, é uma espécie de associação comunitária onde as famílias do semiárido podem estocar sementes em determinadas quantidades e outras podem “pedir emprestado” em caso de necessidade na condição de que elas sejam restituídas após o cultivo.
•Feira de agricultura familiar e agroecologia: são pequenas feiras realizadas com produtos gerados a partir da agricultura familiar e que ajudam a melhorar a renda das famílias dessa região e ainda estreitar a comunicação entre o pequeno agricultor e o seu consumidor.
•Redes e cooperativas de beneficiamento e comercialização: é basicamente o mesmo tipo de comércio que citamos mais acima, mas que são feitas em espaços pré-determinados e com base fixa onde alguns membros da agricultura familiar possuem seu local para expor e vender produtos gerados a partir das atividades praticadas.
