Sustentabilidade
Algumas expressões tem se tornado recorrentes em nosso dia a dia como “sustentabilidade”, por exemplo. Nunca se apregoou tanto os conceitos de reutilização e reciclagem de materiais. Porém, quando pensamos em reciclagem dificilmente pensamos no chamado “lixo hospitalar”, não é mesmo?
O que acontece é que as pessoas utilizam a denominação “lixo hospitalar” para todos os resíduos gerados pelos serviços de saúde, mas não é bem assim. Para se ter uma ideia pesquisas revelam que mais de 90% do volume de lixo chamado hospitalar poderia ser reciclado gerando empregos e rendas para várias comunidades.
Os Diferentes Tipos de Lixo Hospitalar
A primeira coisa que é necessário entender é que nem todo o lixo produzido em hospitais e unidades de saúde se configura como um perigo para a saúde. Os volumes de lixo de material biológico e radioativo são perigosos e devem ter a destinação correta prevista para o lixo hospitalar.
Porém, existe além desse lixo uma grande quantidade de resíduos que são compostos de materiais que não sofrerão nenhum tipo de interação com pessoas doentes e que dessa forma não estão contaminados. O grande problema é que esse lixo (que não tem nada de contagioso) é descartado junto com o lixo biológico e radioativo.
O lixo hospitalar deve ser incinerado para evitar que de alguma forma contamine outras pessoas com resíduos biológicos ou radioativos.
A Incineração e o Lixo Não Contagioso
A incineração é uma forma de descarte do lixo bastante cara e poluente, pois libera gases no meio ambiente. Além disso, há que se ressaltar a possibilidade de a incineração transportar os resíduos a longas distâncias. Sendo assim quanto menos lixo precisa ser incinerado melhor.
Para reduzir o volume de lixo a ser incinerado é fundamental selecionar o que está sendo descartado levando em conta o que não representa nenhum tipo de risco para a saúde das outras pessoas. Destinar o restante do lixo de forma adequada também contribui para a economia.
A queima de grandes quantidades de materiais descartados exige cada vez investimentos maiores do poder público na construção e ampliação de aterros. Grande parte desse dinheiro poderia ser economizado se fosse feita um descarte correto do lixo hospitalar. Basicamente um enorme volume de lixo é enviado para locais de tratamento diferenciado sem a necessidade disso o que gera um custo gigantesco.
Pesquisas em Minais Gerais
Para que fique mais claro como é possível encontrar lixo não contaminado em hospitais vamos falar sobre uma pesquisa realizada em hospitais do estado de Minas Gerais no ano de 2009. O estudo foi realizado com o objetivo de identificar o lixo hospitalar que não é contagioso e como o descarte do mesmo era feito.
Essa pesquisa foi realizada por um servidor público da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) e usou de base os hospitais Pro-Hosp do estado. Para chegar aos resultados de averiguação o servidor utilizou a logística reversa de Resíduos de Serviços de Saúde, o RSS.
A pesquisa acompanhou os materiais descartados desde o seu uso prático nos hospitais, passando pela sua relação com os insumos hospitalares até se transformarem em resíduos que precisavam ser descartados. Além disso, os 127 hospitais Pro-Hosp receberam um questionário para responder fornecendo dados secundários.
A pesquisa teve como resultado que cerca de 91% do lixo gerado nos hospitais do estado de Minas Gerais poderiam ser reciclados, pois não continham resíduos biológicos e nem radioativos não se configurando num perigo para a saúde das pessoas envolvidas na reciclagem.
Logística Reversa
A metodologia de pesquisa chamada de logística reversa é aquela que tem como foco o fluxo físico de produtos como embalagens e outros materiais. A análise é feita desde o ponto de consumo até o seu local de origem. Nessa metodologia são avaliadas ainda a reciclagem, reuso e a destinação final, com o objetivo de saber se está correta.
Esses procedimentos de pesquisa existem há muito tempo, mas nem sempre receberam esse nome. Podemos dizer que o método de logística reversa foi utilizado para o retorno de garrafas, coleta de lixos e resíduos recicláveis.
A Reciclagem nas Grandes Empresas
O reuso ou reciclagem é uma grande preocupação de grandes empresas, sejam elas públicas ou privadas. A sustentabilidade nas empresas tem quatro pilares de base que incluem a conscientização dos problemas ambientais, aterros sobrecarregados, escassez de matérias primas, políticas e a legislação ambiental.
O que os especialistas sugerem é que esses conceitos, já tão utilizados por vários tipos de empresas e indústrias, podem ser levados para os hospitais também. A reciclagem não faz parte da rotina dos hospitais, mas pode passar a ser usada como modelo de descarte para grande parte do lixo.
Como é Feita a Reciclagem na Prática
Os hospitais e unidades de saúde produzem um grande volume de lixo devido a quantidade de serviços que oferecem. Dentre esses resíduos gerados nos hospitais podemos destacar fraldas, cateteres, ataduras, seringas, agulhas, sondas, curativos entre muitos outros produtos descartáveis e resíduos específicos.
Observando o tipo de lixo que é produzido num hospital podemos entender que existe um grande perigo para a saúde pública uma vez que o descarte incorreto de alguns materiais pode contribuir para que micro-organismos entrem em contato com pessoas saudáveis.
Além da possibilidade de infectar pessoas o lixo hospitalar pode comprometer áreas inteiras e até mesmo lençóis freáticos. Trata-se de uma poluição que ao mesmo tempo que é bastante silenciosa é também muito perigosa.
As Três Categorias de Lixo Hospitalar
- Classe 1: Resíduos Perigosos – Os resíduos que apresentam maior risco de contaminação de pessoas e do ambiente. Um tipo de lixo que exige tratamento especial, pois podem ser resíduos inflamáveis, corrosivos ou tóxicos.
- Classe 2: Resíduos Não-inertes – Essa categoria de lixo os próprios hospitais descartam. Um tipo de resíduo que não é muito perigoso, mas que precisa de cuidados especiais por não estar totalmente inerte podendo entrar em combustão.
- Classe C: Resíduos Inertes – A categoria de lixo que é possível reciclar, trata-se de resíduos que não se degradam ou então que não se decompõem no solo. Basicamente são resíduos semelhantes a aqueles produzidos em residências, assim podem ser divididos em lixo orgânico e reciclável.
Para fazer esse tipo de separação entre lixo orgânico e reciclável de hospitais o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) exige que os profissionais recebam um treinamento. Há inclusive subsídios do CONAMA para empresas, clínicas e hospitais que trabalhem reciclando esses resíduos.
Gostaria de Saber se posso usar essa Matéria, para um Trabalho escolar que estou fazendo, pesquisei bastante porem este artigo me surpreendeu muito.
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