Muito conhecido como “Nilo brasileiro”, o Rio São Francisco tem esse apelido tão peculiar devido ao fato de ter grande semelhança com o rio do continente africano, que passa por muitas regiões de clima árido. Ele ajuda essas regiões marcadas por tamanha escassez de água, aumentando a irrigação no local e auxiliando a produção de gado.
A bacia do rio, que conta também com o apelido de “Velho Chico”, percorre 2.830 km do território nacional. Estados brasileiros como Alagoas, Pernambuco, Minas Gerais, Sergipe, Goiás e Bahia, além de Brasília, têm a passagem do rio em 521 municípios distribuídos em seus territórios.
O local exato onde ele nasce é em Minas Gerais, passando pelo sertão mineiro e baiano, e em um certo trecho dos estados citados acima é um rio navegável de acordo com algumas condições, como não ter muita água retida. A extensão do rio chega a uma média de 2.700 km, com 168 afluentes, e ele tem uma capacidade de área de drenagem de 640.000 quilômetros quadrados, chegando a ocupar em média de 8% do território nacional.
Uma característica da Bacia do Rio São Francisco é a existência de 36 tributários com porte significativo, mas do total apenas 19 são perenes. Na margem esquerda, os rios que mais contribuem são Paracatu, Carinhanha, Urucaia, Corrente e Grande, que fazem cerca de 70% de quantidade das águas em um trajeto de 700 km. Já na margem do lado direito, destacam-se como tributários os rios Jequitibá, Verde Grande, Rio das Velhas e Rio Paraopeba.
Como o São Francisco é muito aproveitado no setor hidroelétrico, além da pesca, é claro, os reservatórios principais do rio (Itaparica, Paulo Afonso, Xingó e São Francisco) são grandes produtores desse setor, e com o passar dos anos se tornaram grandes marcos de desenvolvimento da região, com o aumento das utilizações na última década.
Podemos destacar nesse rio também o turismo, recreação, pesca esportiva e pesca comercial, suprimento de água e aquacultura. A bacia do rio São Francisco tem, em sua grande extensão, várias áreas de Cerrado e Floresta Atlântica, e na parte baixa o clima é muito úmido e meio semiárido. O fluxo tem uma variação de 2.100 a 2.800 m3/s, com cerca de 3.000 m3/s perto da foz.
Na região nordestina, o rio é tido como um ponto forte no desenvolvimento, o que motivou a serem criados vários planos de desenvolvimento, inclusive com a intervenção de órgãos estaduais e federais.
Um dos principais motivos desses planos é o monitoramento e controle das águas, a recuperação das matas de galeria, o uso disciplinado da água, a implementação de reservas florestais e parques, e principalmente a proteção ambiental da bacia.
Conseguimos ver a grande importância deste grande rio para nosso país, e cabe ao povo brasileiro fazer o máximo para promover sua manutenção, cuidando e zelando pela sua limpeza e conservação.
by Marcelo Marcolino