O principal passo antes de realizer o reflorestamento é o estudo da região afetada. Além da flora, a fauna da região original também precisa ser analisada, pois gera um impacto enorme na biodiversidade da região, modificando o perfil do solo e as características da própria flora como um todo. Em uma área degradada , a recomposição deve ser feita por etapas. Em primeiro lugar devem ser observadas as espécies pioneiras, mais rústicas, de pequeno a médio porte, crescimento rápido e menos exigentes.
Depois de trabalhar com as espécies intermediárias, e em seguida analisa-se as árvores de grande porte e longevidade, conhecidas como clímax. Essas árvores exercerão domínio da mata com o tempo. É importante tomar cuidado com a mato-competição durante a escolha das espécies. Além disso uma boa medida é evitar o plantio das espécies de grande porte em áreas abertas. O ideal é espalhar pelo solo as espécies de menor porte, pois crescem primeiro e auxiliam as árvores maiores no desenvolvimento e manutenção posterior da região. Porém é fundamental não plantar um número excessivo de árvores pioneiras, pois pode acarretar no abafamento das futuras árvores. Uma boa medida é ao acompanhar a evolução da região, realizar limpezas periódicas.
Outros fatores de igual importância para o reflorestamento são o clima, o solo e altitude. Muitas espécies apenas apresentam um bom desenvolvimento no frio, enquanto outras só produzem com muito calor. Os solos podem ser diferenciados quanto a umidade, arenosidade e fertilidade. As espécies de grande porte, por exemplo, sempre necessitam de um solo mais fértil, rico em adubação. Além disso a altitude também influencia muito no desenvolvimento dessas árvores. Os reflorestamentos possuem objetivos amplos. Podem atuar na recuperação do solo, manutenção do ecossistema, ampliação da diversidade regional e no enriquecimento da fauna.
Aquecimento Global
Apesar dos benefícios aparentes, muitos projetos de reflorestamento são contestados por especialistas. É importante saber que replantar árvores não vão solucionar os problemas do aquecimento global, por exemplo. Estuda-se que nas regiões devastadas, a diminuição na temperatura do planeta seria de apenas 0,45ºC de 2081, época que amadurecimento das árvores, até 2100. Essa melhoria representa apenas 16% do aquecimento de 3ºC esperado para esse período, caso não sejam tomadas outras medidas para ajudar na redução do problema. Recentes estudos apontam que as regiões reflorestadas não possuem a mesma capacidade de absorção de dióxido de carbono da atmosfera que as observadas nas matas originais. Portanto, a melhor opção é equilibrar o reflorestamento através de espécies nativas com o surgimento espontâneo de espécies da região em questão. Mas, esses estudos não podem de forma alguma servir como empecilho ao reflorestamento, pois os benefícios com a recuperação de áreas degradas vão além das questões climáticas.