A poluição é um assunto tão falado nas últimas décadas que muitas vezes sentimos como se soubéssemos tudo sobre o assunto, e no entanto, muito pouco se ouve sobre o que é efetivamente feito para combater este mal que assola o planeta.
Uma das formas de poluição mais comuns – e, provavelmente por poder ser vista a olho nu, é a que mais atrai a atenção do grande público – são as grandes nuvens de fumaça, que cobrem quase que permanentemente – ou, em alguns casos, permanentemente de fato – grandes metrópoles, como Nova Iorque, São Paulo e Londres. Esta fumaça, que causa danos irreparáveis e doenças respiratórias, é muito pouco combatida, mas ainda é discutida, já que está ali, pronta para ser vista e comentada, a olhos nus.
No entanto, existem formas de poluição ainda mais perigosas do que estas nuvens tóxicas – e, o que é pior, tais formas de poluição não são visíveis e podem passar despercebidas por anos, até que seus efeitos sejam sentidos no ecossistema local. São as poluições silenciosas, como contaminações de vertentes e aquíferos, cursos de rios e lagos e, principalmente, do solo em que são plantados os alimentos que consumimos todos os dias.
O grande problema com este tipo de poluição é que ela faz parte de um verdadeiro círculo vicioso, quase impossível de ser quebrado. Por falta de tratamento e políticas públicas adequadas, lixo que deveria ser incinerado ou reciclado de maneira adequada, após um tratamento rigoroso, acaba indo parar em aterros sanitários simples, onde é abandonado e deixado para decompor, sem um segundo pensamento por parte das empresas que são responsáveis pelo recolhimento do lixo.
Ao ser deixado ali, entretanto, este lixo contamina o solo e, dado tempo suficiente, contamina também as vertentes de água que nascem no subsolo, bem como aquíferos, que serão, posteriormente, consumidos pelo ser humano, ou usados para irrigar plantações. Uma vez o solo irrigado com este tipo de água contaminada, o próprio solo se contamina e espalha todos os produtos impróprios para o consumo humano na produção que ali é feita, gerando mais e mais lixo, que será, também, abandonado mais uma vez.
É necessária a tomada de uma atitude coletiva – partindo de cada cidadão, mas incentivada e participada pelos governos cabíveis – de que o lixo seja tratado de maneira correta. As grandes indústrias com suas fumaças tóxicas causam, sim, danos, mas o lixo do dia a dia, como lixo hospitalar, por exemplo, pode causar tanto dano quanto elas, e de maneira mais silenciosa e difícil de ser tratada.