Introdução
Se eu perguntar para você responder sem pestanejar o que é meio ambiente, qual seria a resposta mais correta? Não sabe? A resolução CONAMA 306:2002 responderá com categoria acadêmica. Quando pensamos no termo citado já nos vem a idéia de mato, bicho, mosquito, água poluída, queimada e cadeia alimentar quebrada com o desequilíbrio causado pela insensatez de muitos de nós, seres “humanos”. Porém tenho a pretensão de falar aqui sobre outro tipo de meio ambiente.
O Ambiente de Nossas Vidas
É elevado o transtorno causado no seio familiar pela falta de preparo dos responsáveis pela educação dos futuros educadores, que são os filhos desta geração inserida no frenesi da carreira dos pais e da necessidade de sermos consumistas induzidos pela engrenagem do sistema.
A terceirização veio prá assumir seu espaço no mercado, inclusive no tocante à educação dos filhos. Quando, preocupados com a carreira e o esforço necessários que devemos ou queremos fazer para estarmos incluídos na “manada humana” do mercado, acabamos nos esquecendo que ser feliz não é necessariamente o ter, mas o ser primeiro, para depois nos preocuparmos com o ter.
Não estou em sã consciência, questionando a roda veloz que nos conduz, mas procurando colocar ou tirar o dedo do gatilho que nos diz que cada vez mais devemos produzir. Mas, produzir o quê? Falsa riqueza que na hora de olhar o que geramos de riqueza vamos ver ativos podres que tiram dinheiro de nossos bolsos? Movimentos financeiros com “coisas” para mostrar o que temos para quem muitas vezes não gostamos?
Em uma visão romântica do nascimento e aperfeiçoamento das máquinas, podemos defender a hipótese que elas vieram para que tivéssemos mais tempo; mais tempo para aprender, mais tempo para dividir o conhecimento, mais tempo para amar, amar o amor, amar nossa família e os que vêm depois de nós, sem aquela insana fala estressada de “sai daqui que agora estou ocupado” ou então prometer a uma criança, ou melhor, à sua criança, momentos de brincadeira no parque que você na maioria das vezes não vai cumprir.
Refletindo
A atribulação, o cansaço, o medo do fracasso, o excesso de informação, o bombardeio da corrupção estampada em todos os meios de comunicação muitas vezes nos tiram a idéia de justiça, de fazer bem feito, porém o melhor é fazer bem feito. Estamos muitas vezes barganhando o convívio com nossa família, por carreira, necessidade de inserção na engrenagem que não nos poupa e sim nos escraviza ao ponto de a exceção ser a regra.
A crescente necessidade de adquirir é tão constante na vida da maioria das pessoas, que quando se dão conta, o melhor da vida já passou ou está ficando apagado na poeira de uma estrada que não tem retorno. O que passou pela janela imaginária de nosso rápido veículo que é a vida, não passará novamente para que possamos reparar o dano.
A festinha do primeiro evento escolar não voltará duas décadas depois, o jogo de futebol onde o garoto talentoso mostrava seu espírito de liderança terá ficado no passado quando seus pais tiverem tempo. Tempo para saber o que significava o dia daquela final no colégio, aquela que foi no dia da reunião com o importante cliente onde o pai divulgava um novo produto de sua Empresa. Parece um drama, mas na vida, o que tem mais importância vem ficando relegado a um segundo plano.
Simplista demais seria acreditar que a engrenagem econômica não é importante em nossas vidas; é importantíssima no tocante ao valor econômico de tudo o que podemos construir nela, porém, a dosagem, o equilíbrio entre o ser e o ter deve ser muito bem estabelecido para colocarmos combustível em nosso veículo o suficiente para andarmos sem excesso de peso para sua estrutura.
O livre arbítrio nos foi ofertado. Dentro das aspirações de cada indivíduo uma programação de vida, dentro de cada contrato matrimonial uma prioridade ou conciliação de objetivos. O importante mesmo é não fazer aos outros, o que não gostaríamos que eles fizessem conosco. Isso inclui nossos filhos.