Você já ouviu falar sobre o plástico oxibiodegradável? Sabe o que é? Esse plástico, segundo pesquisa, leva menos de 18 meses para se degradar com a “ajuda” dos micro-organismos e outros agentes encontrados na natureza. A sua utilização seria uma forma de resolver o problema em relação ao uso das sacolas de plástico comum. Parece tudo muito bom, não é mesmo?
Porém, seria viável fazer a troca dos plásticos normais pelos oxibiodegradáveis?
O Que Diz a Associação Brasileira de Supermercados?
De acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados, o consumo de sacolas plásticas a cada dia é de 33 milhões. Fazendo um cálculo, com base nesses datos, chegamos a conclusão de que usamos por mês, 1 bilhão de sacos plásticos, que somados, chegamos a 12 bilhões, a cada ano.
O consumo de tantos sacos plásticos gera um grande problema para meio ambiente, por que boa parte deles vão parar no lixo, exatamente mais de 10 bilhões. O pior, que são descartados de uma forma errada, gerando vários problemas, entre eles, animais que são sufocados com os plásticos e até mesmo o entupimento de bueiros.
Não pense que só o Brasil sofre com o problema de descarte incorreto desses sacos de lixo. O mesmo problema é enfrentado por vários países, até mesmo aqueles do primeiro mundo. Por isso, cada vez mais,o saco plástico comum está sendo trocado por aquele oxibiodegradável. A ideia principal é que tomando a decisão de mudança de material, o impacto ambiental seja menor.
Entre as soluções encontradas, a mais usada, a mais popular é o saco plástico oxibiodegradável ou conhecido pela sigla OBP.
Como é o Plástico Oxibiodegradável?
A tecnologia desenvolvida para fabricar esse tipo de saco é da empresa Symphony Plastics de origem inglesa.
A tecnologia funciona da seguinte forma: o plástico oxibiodegradável deve se decompor antes do que um saco normal, para isso, neste produto é colocado um aditivo anti-oxidante e também pró-oxidante. Juntos, os produtos fazem com que o plástico passe por um processo de oxidação. Ao invés de demorar 400 anos para se degradar, como acontece com o plástico convencional, diminuimos esse tempo para 18 meses.
Porém, não é só essa a sua vantagem. O plástico oxibiodegradável quando em contato com o solo pode virar “comida” dos micro-organismos presentes. Uma vez que esse processo acontece, o plástico será transformado em carbono e água. Todo esse processo não irá superar um ano e meio.
As Polêmicas Sobre o Plástico Oxibiodegradável
Tudo parece perfeito e a pergunta é, por que nós brasileiros também não adotamos os sacos plásticos oxibiodegradáveis? A resposta está na polêmica, principalmente, econômica, que gera o assunto.
Os membros da empresa que criou a tecnologia e aqueles que representam a empresa no Brasil, no caso a RES, que também comercializa os sacos, obviamente, defende a eficácia desse tipo de plástico e suas vantagens. Principalmente, por que uma questão econômica positiva para a empresa idealizadora do projeto. Do outro, dando sequência a discussão, estão as instituições relacionadas com os fabricantes das sacolas plásticas normais, que sustentam a tese de que a sacola oxibiodegradável não é tão eficaz como garantem os seus fabricantes, que não biodegradam.
Entre lá e cá, fica difícil para o consumidor saber se realmente as sacolas oxibiodegradáveis valema a pena. Eles querem realmente saber se vale a pena fazer a troca. Para tirar dúvidas, fomos ouvir outras fontes, no caso dos especialistas acadêmicos, por exemplo, eles dizem que não, as sacolas não biodegradam.
Segundo eles, nada que vai para a natureza é perdido, mas sim, transformado. A “mágica” de fazer desaparecer não é possível. Para eles, o aditivo colocando nas sacolas oxibiodegradáveis faz com que as sacolas se desmanchem e pedaços que são invisíveis ao olho nu, porém, o plástico ainda existe, com uma outra estrutura. O Que Dizem Os Especialistas Da UFRJ Sobre O Plástico Oxibiodegradável
Os estudiosos do assunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro, dizem que esses pedacinhos que não podem ser vistos a olha nú, são compostos por uma variedade de substâncias, entre elas, a tinta do que foi usado para pintar as sacolas. A questão é que essas substâncias podem ser ainda mais tóxicas e poluentes.
Sendo assim, essas partículas minúsculas vão ficando espalhadas no meio ambiente e podem causar graves problemas no futuro. Chegando a contaminar plantas e lençóis freáticos. Vale lembrar que muitos animais vão comer essas plantas e assim, esse conteúdo pode contaminar as pessoas como um todo.
Os pesquisadores dizem que é uma troca, da poluição que se pode ver por aquela invisível. Tudo o que não dá para ver é mais difícil de controle. Sendo assim, é mais difícil de combater o farelo do plástico, que também contamina do que as bolsas do plástico normal, que podemos ver.
O Consumo Exagerado das Sacolas Normais
Se as sacolas normais não podem ser substituídas, ou pelo menos não é aconselhável, por aquelas de plástico oxibiodegradáveis, é necessário encontrar uma terceira solução.
Segundo os estudiosos do assunto, o que deve ser considerado é o excesso no consumo de sacolas plásticas normais. Já que no Brasil as sacolas de plástico oxibiodegradável não são consideradas a melhor solução para preservar o meio ambiente.
O consumo exagerado das sacolas plásticas é o verdadeiro grande problema. O consumo responsável tem que fazer parte da vida das pessoas. Por isso, é fundamental a educar a sociedade em busca de um consumo mais consciente.
Segundo pesquisadores, se as pessoas, os consumidores não mudarem as suas atitudes, não teremos um resultado positivo a longo prazo, e sim, muito negativo. Eles acrescentam ainda a necessidade de que o governo seja esse incentivador do consumo consciente.
Eles apostam em um incentivo, que o plástico normal seja reciclado, que exista um incentivo em relação a isso, e que catadores façam o mesmo que fazem hoje com as latinhas de alumínio. Cada pessoa pode fazer a sua parte, não vamos usar sacos plásticos oxibiodegradáveis, mas vamos trocar as sacolas plásticas do supermercados, levando de casa, usando carrinho de feira ou levando bolsas de outro material, como de tecido.