A Amazônia
A Amazônia é um dos maiores biomas do mundo ocupando uma área de mais de 6,5 milhões de km2. Localizada na parte norte do continente sul-americano estende-se por nove países: Brasil, Peru, Equador, Venezuela, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
Cerca de 85% da floresta está localizada no Brasil, algo em torno de 5 milhões de km2, somente para se ter uma ideia essa extensão é 7 vezes maior do que a França. A população residente desse território amazônico brasileiro é composto por menos de 10% de brasileiros.
Amazônia Legal
Basicamente Amazônia Legal é o território que está compreendido nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia, Pará, Roraima e ainda parte de outros estados como Mato Grosso, Maranhão e Tocantins, cerca de 5.217.423 km². Essa definição de Amazônia Legal é importante quando o assunto é o desmatamento da floresta.
Geralmente quando se fala sobre o desmatamento da Amazônia o senso comum é confundir com o estado do Amazonas. Essa pequena confusão é que faz com que o problema não ganhe a dimensão que realmente tem. O desmatamento da Amazônia acontece em todos os estados em que a floresta se encontra.
Estudos demonstram que cerca de 26.000km são desmatados todos os anos na floresta. Um número alarmante é que somente no ano de 2005, pesquisado para um estudo, foram 18.793km² de áreas desmatadas. O principal fator motivador do desmatamento é a extração de madeira quase sempre ilegal.
Dificuldades de Fiscalização
O desmatamento na Amazônia Legal tem ganhado cada vez mais espaço na mídia, mas ainda assim existem muitas dificuldades em combater essa atividade criminosa. A principal dificuldade está no fato de que a infra-estrutura para fiscalização não é muito extensa devido a falta de capital humano e financeiro.
Desmatamento – Extração Ilegal da Madeira
Além disso, devido às dificuldades financeiras e a falta de alternativas de fontes de redá da população local muitos moradores se veem forçados a trabalhar para as madeireiras ilegais. Alguns desses madeireiros criminosos chegam até mesmo a ameaçar essas comunidades.
Uma situação bastante triste, mas recorrente é a de índios que acabam trabalhando para os criminosos na extração ilegal de madeira, o preço de venda de uma tora de mogno pode ser de apenas R$ 30,00, bem pouco visto que no mercado o mogno é uma madeira que chega a valer até R$ 3 mil reais.
Desmatamento – Agricultura
A extração ilegal da madeira é um problema que existe desde sempre na região amazônica, porém, nas últimas décadas a agricultura também passou a se destacar como um dos fatores principais de desmatamento. O crescimento populacional na região junto com o boom agrícola fez com que os olhos se voltassem para as áreas de floresta para cultivo de culturas.
Para compreender melhor essa panorama devemos citar que somente no ano de 2004 aproximadamente 1,2 milhões de hectares de florestas foram transformados em plantação de soja, isso somente no Brasil. Nesse ponto fica a dúvida por que não fazer o cultivo de culturas agrícolas em áreas já desmatadas?
A resposta é simples para os agricultores é mais barato desmatar as áreas intactas da floresta ao invés de investir na construção de novas estradas, portos e silos nas áreas que já foram desmatadas.
Consequências do Desmatamento
O bioma da Amazônia tem mais de 30% da biodiversidade do mundo todo e obviamente o desmatamento compromete tanto as plantas como os animais da região. Além disso, o desmatamento também interfere na vida das pessoas que moram nessas regiões.
Com a destruição e a impossibilidade de utilizar os recursos da maior bacia de água doce do planeta as pessoas passam a necessitar da ajuda do Governo e organizações não governamentais por não ter como sobreviver. Um dado que chamou a atenção dos ambientalistas é que a Amazônia passou nos últimos anos pela pior seca da sua história.
A floresta reconhecida por seus rios extensos e abundantes observou uma seca que reduziu consideravelmente a quantidade de água de lagos e rios que passaram a ser apenas pequenos córregos. Alguns rios da floresta secaram totalmente e isso resultou na morte de muitos peixes.
O Futuro Incerto da Amazônia
O desmatamento vem alterando gravemente a vida na floresta amazônica. Um dos problemas mais iminentes e sérios é a alteração do regime de chuvas que apenas irá piorando com o tempo nesse ritmo de destruição.
A partir do momento que os rios secam e a cobertura vegetal é reduzida diminui a quantidade de evaporação para a formação das nuvens. Com isso chove menos e algumas previsões nada otimistas dão conta de que a Amazônia pode se transformar em deserto daqui algumas décadas.
Quando se fala sobre desmatamento na Amazônia é necessário entender que se trata da floresta como um todo e não somente do estado do Amazonas. A floresta ocupa uma área enorme e logo o desmatamento vai muito além do que podemos imaginar.
Ações – Instituições e ONG’s
Com um futuro tão incerto e perigosamente ruim a frente algumas ações tem sido tomadas para tentar impedir que o desmatamento destrua esse importante bioma. Algumas instituições e ONG’s como o Greenpeace, WWF, SOS Mata Atlântica, IPAM (Instituto de Pesquisas da Amazônia) entre outras estão trabalhando no sentido de divulgar e contribuir para um desenvolvimento sustentável na floresta.
Um dos principais objetivos dessas instituições é realizar um trabalho que ajude a divulgar a importância de se preservar o que ainda existe da floresta. Além disso, há também um trabalho no sentido de recuperar as áreas que foram degradadas.
Ações – Governo Brasileiro
O governo brasileiro também tem contribuído para essa campanha, mais do que necessária, de conscientização. Cerca de 19.440.402 hectares foram convertidos em Unidades de Conservação (UC) na Amazônia no período entre 2002 e 2006, isso totaliza cerca de 49.921.322ha, 9,98% do território. Há ainda os 8.440.914ha de Flonas (Floresta Nacional) que foram criadas em territórios indígenas.
Ainda podemos citar o projeto ARPA (Áreas Protegidas da Amazônia) que tem como principal objetivo consolidar as Unidades de Conservação na Amazônia. A meta é atingir uma área total de 50 milhões de hectares até o final de 2013. O projeto conta com o apoio e investimento de algumas instituições como o Banco Mundial e também de ONG’s como a WWF.