Os seres humanos ocuparam o continente da Antártida em 1899, mas a história da descoberta foi longa. Os exploradores estavam convencidos de que existia um continente na parte Sul do mundo.
A exploração trouxe os europeus para longe o suficiente no sentido de testar a hipótese. Em 1520, depois de ter navegado pelo estreito que hoje leva seu nome, Magalhães especulou que a terra ao sul poderia marcar o extremo norte da zona continental.
No ano de 1578, Sir Francis Drake navegou ao Estreito de Magalhães e encontrou tempo severo no lado do Pacífico. Foi soprado ao sul de Tierra Del Fuego, depois para o leste, em torno do Cabo Horn.
De fato o “continente” de Magalhães era apenas uma série de ilhas na ponta da América do Sul. Caso existisse de modo verdadeiro zona continental na região, apenas poderia ser no caminho adiante.
Parece irônico que o mau tempo do Oceano Antártico tão perigoso, em especial no Atlântico sul, foi fator-chave para a descoberta da Antártida. Uma e outra vez, os marinheiros rumaram para as tempestades no sentido de descobriu novas terras.
Ao tentar navegar ao redor do Cabo Horn em 1619, os espanhóis Bartolomeu e Gonzalo Garcia de Nodal descobriram pequenas ilhas além do Estreito de Magalhães. No ano de 1622, o piloto holandês Dirck Gerritsz informou ser conduzido a 64° ao sul, onde descobriu terra com montanhas cobertas de neve de aparência semelhante à Noruega. A precisão do cálculo da latitude é suspeita. Ele deve ter avistado as ilhas Shetland do Sul.
Em 1675, o comerciante britânico Anthony de La Roch atravessou de leste a sul o Estreito de Magalhães, com latitude de 55°, onde encontrou abrigo em local sem nome. De maneira provável Roch viu foi as Rochas de Clerke, situadas a 48 km ao sudeste do Sul da Geórgia.
De fato a maioria das viagens estava preocupada tanto com o comércio como à investigação dos continentes americanos recém-descobertos. A primeira procura sistemática de uma zona continental ao sul não chegou até quase o início do século XVIII.
Em setembro de 1699 o cientista Edmond Halley deixou a Inglaterra a bordo do “Paramour” para estabelecer a verdadeira longitude de portos da América do Sul e África, medindo variações magnéticas em busca da terra misteriosa. Ele cruzou a Convergência Antártica em 01 de fevereiro de 1700.
Halley foi primeiro navegador que enxergou icebergs tabulares. O frio, a tempestade e o perigo de colisão com um iceberg no meio do nevoeiro levou a tropa ao norte, novamente. Durante a década de 1700 o francês se tornou ativo na exploração de novas terras sulistas.
Avanço Da França
Jean-Baptiste de Lozier estava procurando a “Terra de Gonneville” no dia 01 de janeiro de 1739, em cerca de latitude de 54 graus ao sul. Ele chamou o local de “Cabo Circuncisão”, mas na verdade era uma ilha (denominada de Bouvet Island nos dias atuais, pedaço de terra mais isolado do globo terrestre).
Yves-Joseph de Kerguelen-Trmarec zarpou com dois navios com instruções específicas de encontrar o continente do sul, em 1771. No dia 12 de fevereiro de 1772, no sul do Oceano Índico, ele avistou um nevoeiro das terras, mas não conseguiu fazer aterrissagem por causa do alto mar e mau tempo.
Um barco de sua nave irmã conseguiu a parada firme e breve para reivindicar a ilha (Kergulen Island) para a França. Sua crença na existência de território lendário e hospitaleiro cegou para a realidade desoladora do achado. Yves-Joseph retornou ao território francês com contos selvagens de paraíso povoado e temperado que ele chamou de “New South France”.
Certos historiadores apontam que as histórias de Yves-Joseph serviram como método para convencer o governo francês a investir em outra expedição cara. Em 1773, Kergulen voltou para a ilha com três navios no sentido de conferir a triste realidade. Voltou para a França em desgraça.
No ano de 1767, Alexander Dalrymple publicou relato das descobertas feitas no Oceano Pacífico Sul anteriores a 1764. O trabalho trouxe forte argumento para um continente austral gigante e desconhecido.
Força Do Império Inglês: James Cook
De acordo com Dalrymple, a costa norte do continente estava no Oceano Pacífico. O governo Inglês escutou! Em 1768 o capitão James Cook foi enviado para o Pacífico Sul, o primeiro a observar o sequente trânsito de Vênus. Três anos depois ele voltou para a Inglaterra, com riqueza de novas informações geográficas, biológicas e antropológicas, mas nenhum sinal de continente austral.
Novamente, as margens haviam sido empurradas para o sul da posição presumida. Em julho de 1772, Cook partiu de Inglaterra de novo, agora com único propósito: Descobrir o novo continente!
No início de dezembro de 1772, Cook cruzou a convergência e chegou ao iceberg. Em 17 de janeiro de 1773, ele fez a primeira travessia do Círculo Polar Antártico da história. O bloco de gelo forçou ao norte novamente, com cerca de 80 milhas de costa da Antártida.
Em fevereiro, a resolução marítima passou ao sul da posição relatada por Kergulen, deixando claro o equívoco dos franceses. Após passar o inverno austral e explorar latitudes temperadas e tropicais do Pacífico de Dalrymple, Cook rumou para o sul, outra vez, nos últimos dias de novembro do ano de 1773.
http://www.youtube.com/watch?v=AZSUp-0Ktz8Em 26 de janeiro de 1774 ele cruzou o Círculo Polar Antártico, pela terceira vez, chegando ao Mar de Amundsen. Cook foi o homem que viajou mais ao sul do que alguém já tinha ido antes à época. No dia 14 de janeiro de 1775, depois de passar pelo Estreito de Magalhães, ele avistou Terra Nova.
Depois de explorar a costa norte por alguns dias, Cook foi à direção ao sul para investigar a outra terra que os franceses tinham visto: As Rochas Clerke. Perto do final de fevereiro de 1775 ele passou pela pista de 1772, completando a primeira circunavegação da Antártida e provando de uma vez por todas a existência do continente ao sul.
Apenas no dia 07 de fevereiro do ano de 1821 o primeiro homem desembarcou na Antártida: John Davis. Mas Cook foi o primeiro a contornar e colher evidências de comprovação da existência da Antártida.
Artigo Escrito por Renato Duarte Plantier