Ecótipo: Raças Diferentes de Uma Mesma Espécie

O conceito de ecótipo se refere a um acontecimento bem interessante na natureza. Basicamente se trata da existência de raças de uma mesma espécie que são diferentes entre si por apenas alguns graus morfológicos.

Espécies

Espécies

Essas populações geneticamente únicas são adaptadas a um ambiente local. Um exemplo disso é o boto-cinza que reconhecidamente pelos cientistas possui dois ecótipos, um deles é fluvial e o outro pelágico, pode ser encontrado ao longo da costa sul-americana.

Esse termo foi criado em 1922 pelo botânico sueco Göte Turesson. Um ecótipo não conta com uma definição taxonômica formal.

Definição de Ecótipo Botânico

A genecologia (estudo dos genes na ecologia) entende que uma população (raça) local de uma espécie que possui características ecológicas típicas do ambiente local teve o seu genótipo modificado. Seria uma forma de se adaptar ao lugar em que a espécie se encontra. Essa mudança na espécie é o ecótipo das plantas.

O ecótipo é resultante de uma adaptação muito estreita que acontece na planta em relação ao ambiente local. Em geral a deriva genética (confira mais abaixo a definição desse termo) pode ser um dos principais agentes de seleção e o que tem mais importância.

Frequentemente os ecótipos mantêm as suas características peculiares mesmo quando são transportados para outros ambientes. Esse fato é que torna mais certo para os estudiosos que os ecótipos tem um forte comando genético e este comando é que o torna possível a origem desse tipo de vida.

As Quatro Categorias Biossistemáticas

O ecótipo é uma das quatro categorias biossistemáticas que ainda contam com a ecoespécie, comparium e coenoespécie. Essas categorias são usadas nos estudos de genecologia e são baseadas na relação de fertilidade entre as mesmas.

O termo ecótipo ainda é aplicado de forma errônea devido as distintas interpretações dadas por diferentes autores. Uma definição a que se chegou é que o ecótipo é uma morfologia peculiar a determinados ambientes como dunas arenosas, encostas alpinas entre outras.

Também constatou-se que esse fenômeno pode se repetir para várias espécies botânicas no mesmo ambiente, ou seja, não se trata de um mero caso isolado que acontece de vez em quando. Essas observações fizeram com que o ecótipo fosse visto como uma criação de raças ecológicas paralelas (paralelismo ecotípico).

Nesse ponto os estudiosos perceberam que existe um forte vínculo entre a forma biológica apresentada (geófito, terófito, entre outros), o hábito (arbusto, erva, entre outros) e o habitat da espécie que sofreu a mutação.

Resumindo

Para a genecologia o ecótipo é um tipo de morfologia estandardizada que faz associação com um tipo de habitat. Dessa forma existem inúmeros tipos de ecótipos e eles podem acontecer em grupos botânicos sem nenhuma ligação entre si.

Essas espécies contam com populações de grande extensão geográfica e estão localmente adaptadas. Possuem ótimos graus de tolerância e resistência as condições adversas do local. As raças que passam por ecótipo se tornam mais adaptadas ao ambiente.

Trata-se de uma adaptação que a natureza realiza para garantir que mais espécies possam sobreviver, mesmo que o solo não seja muito fértil ou as temperaturas sejam muito elevadas.

Ecótipo

Ecótipo

O Que é Deriva Genética?

A deriva genética é tida como o principal fator genético que atua para a promoção do ecótipo, vamos entender um pouco o seu conceito e assim compreender o que acontece com as espécies que são modificadas para se tornarem mais fortes e adaptadas.

A deriva genética é entendida como um mecanismo microevolutivo que atua modificando de forma aleatória as frequências alélicas durante o passar do tempo. Pelo fato de esse processo ser estocástico não é possível fazer previsões de qual a direção da mudança na frequência de um alelo que é a causa da deriva.

O resultado desse mecanismo é que acontece uma perda de variação genética e também na fixação dos alelos em loci diferentes. O mais interessante é que a deriva pode acontecer com três tipos de alelos diferentes.

O primeiro deles é o neutro, o segundo os deletérios e o terceiro tipo os vantajosos. Quando ocorre com um dos dois últimos tipos a frequência alélica será determinada pela interação entre o mecanismo de deriva e a seleção natural (somente os mais adaptados sobrevivem).

O efeito da deriva será maior quanto menor for o tamanho da população, pode acontecer de aparecer em diferentes momentos da história evolutiva.

No início (efeito fundador);

Em um ou mais momentos da história (efeito de gargalo);

Com intervalos regulares (variação demográfica);

Constantemente (em geral nas populações em que a quantidade de indivíduos se mantém pequena por muitos anos).

A deriva genética é uma mudança na frequência dos alelos que resulta de efeitos de amostras de populações finitas. Quando se fala em mecanismos evolutivos a seleção natural é com certeza o primeiro processo que se passa pela sua cabeça. A deriva atuando de forma solitária gera bastantes dúvidas.

O que torna a deriva genética um mecanismo que atrai alguns olhares científicos é que percebeu-se que não se trata de um simples efeito do entrecruzamento em pequenas populações. Isso por que quando se considera o entrecruzamento ou uma amostra aleatória de genes o resultado é o mesmo.

As populações não reproduzem exatamente as suas constituições genéticas, existe um componente aleatória que cria uma mudança na frequência genética.

Qual a Importância da Deriva Genética?

Os estudiosos observaram que as modificações da deriva genética acontecem em nível molecular e geralmente essas modificações no organismo são neutras. A partir daí surgiu a discussão de se há mesmo um efeito de seleção natural.

As mutações neutras representam um ponto a favor de quem defende o Neutralismo, ou seja, que não existe um fator de seleção natural em que apenas os mais adaptados sobrevivam.

Para a existência dos ecótipos a deriva genética é essencial, esse componente aleatório que cria a modificação nos genes das espécies é fundamental para que essas se tornem diferentes das de origem e se adaptem melhor as condições do habitat em que estão inseridas.

Os ecótipos também podem ser observados dentre os animais, mas menos frequentemente do que no universo botânico e por isso mesmo trata-se de um fenômeno associado as plantas.

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Categoria(s) do artigo:
Natureza

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