O ano de 2012 foi marcado pelo final do calendário Maia e pelas especulações de que o mundo acabaria no dia 21 de dezembro. O mundo não acabou, mas o mundo todo voltou o seu olhar para o antigo povo Maia. Um povo que desenvolveu sua própria ciência e foi responsável por construções realmente incríveis para a época.
Saiba mais sobre a ciência dos Maias, isso sim é realmente relevante e merece todos os holofotes.
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Quem Foram os Maias?
A origem do povo Maia é incerta, algumas antigas escrituras os ligam ao platônico povo atlante, que nunca teve uma comprovação de realmente terem existido. O local em que os Maias se instalaram é a região em que hoje fica o sul do México, Honduras e Guatemala, isso mais ou menos em torno de 1.000 a.C.
As descobertas arqueológicas realizadas nessa região sugerem o desenvolvimento de uma das civilizações mais notáveis do Novo Mundo. Dentre os destaques estão a arquitetura, escultura, cerâmica e claro a ciência desse povo.
Pode-se apreender a partir dessas descobertas que esse povo baseou boa parte dos seus conhecimentos nas culturas arcaicas anteriores ao século X a.C. Porém, foi a decifração dos ideogramas da escrita dos Maias que permitiu a reconstrução mesmo que parcial da história incrível dessas pessoas que viveram há tanto tempo, mas que muito criaram e desenvolveram.
A História dos Maias
A história desse povo pode ser dividia em três períodos: o pré-clássico (1.000 a.C. a 317 d.C.); o clássico ou Antigo Império (até 889 d.C.); e o pós clássico ou Novo Império (esse também é chamado de “renascimento maia” e vai até 1697).
Do primeiro período bem pouco se sabe, mas é possível afirmar que já havia uma estrutura social e religiosa como um tipo de classe sacerdotal que era especializada em matemática e astronomia. Bem provavelmente foi nesse período que houve a criação do polêmico calendário Maia.
A passagem do período da idade pré-clássica e o começo da idade clássica foram determinados a partir de documentos que puderam ser decifrados e suas datas. No ano de 1570 as Ruínas de Cupán foram descobertas por Diego Garcia de Placio.
Esse foi um dos lugares mais importantes da civilização Maia, para se ter uma ideia essas ruínas foram escavadas até o século XIX. A sua importância está no fato de que as suas fortalezas e praças públicas caracterizaram as três fases principais da existência desse povo. No começo do século X tudo foi abandonado.
A Matemática e a Astronomia dos Maias
Matemática
Quando se fala da ciência dos Maias existe uma forte relação com a matemática e a astronomia. A grande contribuição desse povo para a matemática moderna foi a criação do número zero. Pode parecer algo sem importância, mas mudou muita coisa ter um conceito abstrato de uma quantia nula.
Observando o desenvolvimento da matemática de outros povos acabamos percebendo que o conceito de zero não existia antes dos Maias. O zero era representado por uma concha marinha e eles também usavam pontos de um a quatro riscos que valiam cinco.
O sistema de contagem dos Maias era vigesimal e não decimal como o que usamos atualmente. Alguns cientistas sugeriram que eles usavam os dedos das mãos e dos pés para contar.
Astronomia
Além de desenvolverem conceitos interessantes de matemática os Maias foram um povo que possuíam técnicas avançadas, para a época, de observação celeste. Os sacerdotes faziam observações das estrelas.
Uma coisa bem curiosa é que os Maias se apoiavam num sistema de referências que fazia a descrição da posição do Sol, da Lua e até de Marte. Também havia o registro de eclipses.
Esse povo também seguia minuciosamente os movimentos do planeta Vênus, eles consideravam o movimento desse planeta decisivo na determinação de períodos de guerras e de sacrifícios.
Alguns edifícios obedeceram cálculos bem precisos e durante o pôr-do-sol, até hoje isso é um chamariz de turistas. Durante os equinócios de primavera e outono uma serpente de luz sobe e chega ao topo do Castelo de Chichén Itzá através da escada da pirâmide.
Essa projeção solar marca sete triângulos de luz invertidos, isso como resultado da sombra de nove plataformas do edifício. Todos os semestres pessoas do mundo todo visitam a região para ficar de olho nesse fenômeno.
O Calendário Maia
Os conhecimentos avançados que esse povo tinha de astronomia, como a possibilidade de prever os eclipses solares e também os movimentos dos planetas, assim como os conhecimentos de matemática permitiu a eles criar um calendário cíclico de incrível precisão.
Existem na verdade dois calendários que são sobrepostos, o tzolkin, de 260 dias e o haab de 365 dias. O segundo era dividido em 18 meses que tinham 20 dias e mais 5 dias livres. Para poder datar os acontecimentos os Maias usavam a conta curta de 256 anos ou então a chamada conta longa que começava no início da era Maia.
Dentre os principais destaques da astronomia dos Maias está o fato de que eles dataram de forma exata o ano lunar, a trajetória de Vênus e também o ano solar (com 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 45 segundos).
Um Pouco Mais dos Maias
A escrita usada pelos Maias é do tipo hieroglífica e não foi decifrada totalmente. Os estudos dos cientistas chegaram a conclusão de que os Maias realizaram muitas observações do sol na sua praça cerimonial de Cópan.
Uma descoberta que vem para corroborar ainda mais com a ideia de que os Maias foram astrônomos e que viveram de forma esplendorosa durante o período que vai de 250 a 900 d.C..
Durante os solstícios e os equinócios a posição do sol produz alinhamentos especiais entre os altares, prédios, monumentos e outras estruturas da praça do sítio arqueológico maia de Copán.
http://www.youtube.com/watch?v=2lPD8EiXcskO vale do Cópan, assim como outros sítios arqueológicos, foi declarado Patrimônio da Humanidade. Essa declaração como patrimônio resguardou o centro de cerimoniais da civilização maia que teve o seu grande momento no primeiro milênio da Era Cristã.
Uma dica para quem gosta de mergulhar na história dos povos mais antigos do mundo é visitar esse sítio arqueológico para ver de perto toda a obra e a ciência dos Maias.