Sobrepesca: Pesca Acima Do Limite

A palavra sustentabilidade nunca fez tanto sentido como nos últimos anos, pois estamos observando o planeta ser exigido pelo homem cada vez mais intensamente e não ser capaz de atender a essas demandas. A Sobrepesca é um exemplo perfeito disso, para quem não conhece essa expressão trata-se do tipo de pesca que não é sustentável.

Quando a pesca de uma determinada espécie deixa de ser sustentável ela passa a se chamar Sobrepesca. Nessa situação quanto maior o esforço de pesca duma determinada espécie menor é o retorno. A espécie é retirada do seu habitat em grande quantidade e não tem tempo para que se reponha naturalmente.

Os retornos que a Sobrepesca oferece são ínfimos no que diz respeito a retornos financeiros e biológicos. Trata-se de um momento em que a atividade pesqueira deixa de ser inteligente, pois o que se pesca hoje em demasia não se verá nem a cor amanhã.

Sobrepesca: Pesca Acima Do Limite

A Falta De Planos e o Risco Para o Brasil

Um dos principais fatores que geram o aumento da chamada Sobrepesca é a falta de planejamento no que diz respeito a pesca de determinadas espécies. Estudos revelam que a maior parte dos pequenos pescadores não tem um planejamento quanto as melhores épocas de pesca e também os momentos em que não pode retirar determinada espécie do se habitat.

Um exemplo simples desse despreparo está no fato de que muitos pescadores, em grande parte das vezes sem saber, acaba fazendo a pesca de espécies nos seus períodos de reprodução evitando assim que essas espécies venham a se reproduzir e gerar novos espécimes.

A Falta De Planos e o Risco Para o Brasil

Áreas De Proteção Podem Ser a Solução

Nos vários encontros de especialistas em sustentabilidade e meio ambiente uma das soluções mais aventadas é a de criação de mais áreas de proteção nos oceanos. Essa é uma forma de tentar preservar e defender diversos ecossistemas marinhos.

Quando temos acesso a dados dos estudos dos institutos de monitoramento do bioma marinho nos assustamos. Para se ter uma ideia das 1,3 espécies de peixes do bioma marinho 19 espécies estão extintas. Pode até parecer pouco, mas pense que cada uma dessas espécies existiu em nosso planeta e nunca mais teremos a chance de ver um representante seu. Além disso, 19 espécies extintas é sim um número bastante significativo.

Um outro número que surpreende e assusta é de recifes de corais entre o Rio Grande do Norte e o Sul da Bahia que sumiram, cerca de 80% nos últimos 50 anos. Em meio século o homem conseguiu acabar com mais da metade dos recifes de corais dessa bela região.

Fatores Que Levam a Extinção De Espécies

Além da sobrepesca é importante destacar que existem outros fatores que são responsáveis por essa extinção em massa de espécies. Dentre os principais fatores estão o despejo de esgoto e de adubo (levado pelos rios), poluição industrial, desmatamento de florestas e mangues.

Além disso, no caso dos corais ainda podemos citar a retirada de calcário para a construção civil que aumentam o desaparecimento dessas espécies. E para coroar todo esse cenário trágico para as espécies temos a Sobrepesca, uma pesca que vai além do limite de reposição.

Sobrepesca, Uma Inimiga Real

Se precisássemos elencar uma dos principais inimigas dos ecossistemas marinhos atualmente poderíamos destacar a sobrepesca. É muito importante que as pessoas que vivem da pesca se lembrem que os peixes não caem do céu e nem mesmo nascem em árvores.

O Problema Da Conservação De Espécies No Brasil

Um dos principais agravantes da situação do Brasil no que concerne ao seu bioma marinho é que ele não é bem preservado. Um estudo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizado juntamente com o Ministério do Meio Ambiente identificou que nos 4,5 milhões de km² do bioma do país é necessário criar pelo menos mais 50 reservas extrativistas.

Essa necessidade se mostra premente até 2014, pois a exploração intensa das espécies marinhas está resultando no desaparecimento de muitas delas. Num futuro próximo pode ser que não encontremos mais algumas espécies que hoje são vistas em pequenas quantidades pelo imenso litoral brasileiro.

Uma Riqueza Que Pode Ficar Pobre

O que mais salta aos olhos quando o assunto é a sobrepesca é como a mesmo está empobrecendo a riqueza quase absoluta do fundo mar. Os oceanos são um universo cheio de recursos como uma grande gama de espécies e também base de produtos como petróleo e gás.

Porém, quando existe uma exploração desmedida de recursos até mesmo onde existe riqueza podemos observar uma potência pobreza. Quanto mais atividades são realizadas de forma a explorar o ambiente marítimo mais podemos observar uma intensa pressão que está resultando numa grande situação de risco.

Pessoas Que Dependem Da Biodiversidade

O problema da sobrepesca vai muito mais além de sua definição, pois envolve pessoas que trabalham e sobrevivem diretamente da biodiversidade marinha. Se contabilizarmos a quantidade de pescadores que existem no mundo chegaremos a conclusão de que é bastante complexo fazer a administração do problema da sobrepesca.

De acordo com a Organização das Nações Unidas existem no mundo mais de 3 bilhões de pessoas que dependem da biodiversidade marinha e costeira para sobreviver. As Nações Unidas elaboraram o “Pacto dos Oceanos” que prevê a preservação de pelo menos 10% das áreas marítimas e costeiras do mundo.

Seria necessário implementar medidas de conservação até o ano de 2015 para que em 2020 os países do mundo possam cumprir metas de ter oceanos menos poluídos e também com mais espécies preservadas. Se esse pacto irá dar certo ainda não sabemos, mas com certeza sabemos que as consequências da sobrepesca são terríveis.

Tudo Tem Limite

O grande problema da sobrepesca é que um limite não foi definido para as atividades pesqueiras. Dessa forma diversas espécies não tem nem tempo de pensar em se reproduzir e garantir o dia de amanhã. Não se pode deixar de pensar como tudo precisa ter um limite e isso inclui a pesca.

É de extrema importância que os pescadores contem com planejamentos de pesca e tenham alternativas para os períodos em que a pesca pode causar problemas para as espécies em questão.