O mundo ficou surpreso no início do ano de 2014 com as notícias da poluição atmosférica em Paris. A capital francesa foi “sufocada” pelo menos durante uma semana com uma nuvem de poluição bem visível. O governo então decretou medidas excepcionais para conseguir dar a vida normal de volta aos franceses que vivem na cidade, que acabou sendo uma verdadeira “campanha” a favor do uso do meio de transporte público e carros elétricos.
E com esse incentivo do governo da cidade de Paris, o veículo elétrico, que funciona na capital francesa como opção de transporte público desde 2011, teve o seu uso aumentado em 60%. Foi uma das respostas da população em apoio para reverter o problema de poluição de Paris.
Os carros elétricos usados pelos franceses ficaram disponíveis gratuitamente pelas ruas da cidade de Paris. Foi uma das medidas de emergência para conseguir que as partículas finas de poluição deixassem o ar da cidade. Foram 2.115 carros elétricos disponíveis para a população de Paris.
Outra medida foi em relação as pessoas que já fazem o uso do carro elétrico, com abono anual, que ficaram isentos do pagamento do valor suplementar . Esse veículo pode ser estacionado em 867 lugares em Paris e para recarregar estão disponíveis 4.540 postos.
A oferta chamada de ecológica durou até o dia em que o problema da poluição de Paris foi superado. Segundo os meteorologistas, as temperaturas suaves, a falta prolongada de chuva e vento foram responsáveis pelo fenômeno.
O governo da cidade de Paris acredita que o problema se repetirá e que as partículas vão aparecer de novo entre 40 e 55 miligramas por metros cúbicos, porém, esse é um nível menor do que aquele considerado o máximo. Esse índice é de 80 e o visto nos últimos dias tinha atingido 100 miligramas.
As Medidas que a Prefeitura de Paris Tomou Para Combater a Poluição
Além de disponibilizar o carro elétrico, metrô, ônibus e trens puderam ser usados pelos parisienses a custo zero. Um dia de funcionamento desses meios de transporte público, segundo a empresa responsável pela administração, tem o faturamento próximo a 4 milhões de euros.
Outra medida para combater a poluição foi o veto do uso de carro em Paris e em 22 municípios que ficam ao redor da capital francesa. Foi determinado um rodízio de carro. Só era permitido “furar” a proibição quem estivesse transportando 3 ou mais pessoas. Os policiais tiveram a incumbência de fiscalizar e quem não cumprisse a determinação era multado em 22 euros, cerca de 66 reais.
Os caminhões pesados ficaram proibidos de circular e o estacionamento perto das residências passou a ser gratuito.
Com a redução de carros circulando por conta do “rodízio”, a população (de 12 milhões) de Paris viu o engarrafamento desaparecer como num passe de mágica. De um engarrafamento de 259 quilômetros, normal na capital francesa, se viu 114 quilômetros, redução de 25% do tráfego.
Políticos Discutem a Poluição de Paris
Depois do episódio da poluição de Paris, que ultrapassou todos os limites, a ecologia ganhou espaço de destaque nos debates políticos dos candidatos a prefeitura de Paris. A candidata que está na frente nas pesquisas como a favorita, Hidalgo, sugeriu aumentar o número de bicicletas disponíveis na cidade e colocar algumas com motor elétrico.
Houve também quem criticou o prefeito atual, que segundo esses candidatos, esperou que acontecesse o problema para tomar medidas de maquiagem.
Outras propostas, como a de proibir o ônibus movido a diesel, também foi discutida. Os políticos conservadores querem erradicar e os socialistas apostam em uma substituição progressiva. Mas, já se fala em uma Paris sem esse tipo de ônibus no ano de 2025.
A Poluição Mundial Segundo Dados da OMS
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a OMS, Nova Déli é a cidade que possui o ar mais sujo no mundo e as medições de Pequim, considerada a mais poluída possui dados conflitantes.
O estudo da OMS foi feito com 1.600 cidades e logo uma péssima notícia. A poluição do ar piorou em relação a penúltima pesquisa, realizada em 2011. O que se observou é que essa piora foi maior nos países mais pobres e o que significa que essas pessoas estão mais expostas a doenças cardíacas, a ter câncer e a acidente vascular cerebral.
Em 2012, cerca de 7 milhões de pessoas morreram em consequência de doenças provocadas pela poluição do ar, segundo dados da OMS.
Das cidades pesquisadas, entre as 20 mais sujas, 13 são indianas, as quatro primeiras são: Nova Déli, Patna, Gwalior e Raipur. A média anual da capital da Índia é 153 microgramas de partículas pequenas por metro cúbico. E nessa leitura, Pequim fica na posição 77.
Segundo especialistas da Organização Mundial da Saúde, da China foram usados dados da pesquisa feita em 2010. A questão vem à tona porque segundo dados do Greenpeace, Pequim teria o pior índice de poluição da história.
De acordo com os dados do governo de Pequim, as concentrações são de PM2.5 e a média do dia é de 89,5 microgramas por metro cúbico, índice de 2013. Esse número supera o padrão nacional em 156%.
Falando das cidades que apresentaram o menor nível de PM2.5 estão 32 cidades. Dessas, três quartos estão no Canadá, incluindo Vancouver, outras 6 são norte-americanas e uma está na Islândia.
A OMS faz esse relatório com base nos dados enviados pelos governos das cidades e o órgão faz questão de dizer que o intuito não é envergonhá-las, mas identificar o problema. As cidades participam voluntariamente.
A OMS, segundo a diretora Maria Neira quer com essa iniciativa fazer com que essas cidades sintam vontade de reverter esse quadro negativo e estão dispostos a ajudá-las. Além disso, na revelação do último relatório, Maria Neira fez questão de descartar que o governo da China esteja manipulando os dados que são enviados para a OMS. Segundo ela, o país está ficando mais sofisticado para recolher os dados sobre a poluição do ar e estão empenhados a reverter o quadro de poluição nas cidades.
Porém, a diretora confirmou que a China é dos países com o maior problema de poluição do ar e que vem sendo ajudado pela OMS, que mandou uma pessoa até lá para atuar junto com o governo. A ideia é discutir e juntos encontrar uma solução para reduzir os índices de poluição.
