Durante o passar de milênios o homem desenvolveu sistemas organizacionais os quais não se preocupavam necessariamente com a manutenção do meio que os cercava, visando apenas manutenção dos sistemas sociais os quais foram ficando cada vez mais complexos e de maior valor para a questão financeira. Porém esse quadro, depois de catástrofes ambientais irreversíveis, está mudando, ou seja, novas políticas econômicas que colocam a manutenção do meio ambiente como fator determinante estão sendo tomadas por muitos países. A coexistência entre o atual modo de organização da sociedade e o meio ambiente têm sido um desafio a ser seguido por todos.
Os assentamentos rurais se mostram como uma alternativa de melhoria do modo de vida de agricultores os quais, por muitas décadas em terras brasileiras, foram afetados pelas fases segregacionistas do trabalho no campo e por muitas outras injustiças da sociedade. Devido a isso, novos movimentos sociais surgiram em função de inserir os trabalhadores do campo na participação dos lucros da terra. Talvez o mais famoso movimento social que luta pelos direitos dos trabalhadores seja o movimento sem terra, o qual se organiza em assentamentos de terras inutilizadas dos grandes proprietários agrícolas do país. O cuidado com os modos de produção e com a natureza estão na realidade do dia a dia dos assentamentos. Esse cuidado tem a finalidade de encontrar o equilíbrio entre a melhor produtividade possível e a diminuição dos impactos causados no meio ambiente, isso através de estratégias trabalhistas em conjunto e também pela organização das etapas de produção.
Como São os Assentamentos Rurais?
Os agrupamentos de trabalhadores agrícolas chamados de assentamentos são mudanças em um determinado meio, de modo que uma nova relação entre o homem e a natureza acontece em função da forma de ocupação específica dos espaços rurais. Os assentamentos são o ápice da luta pela terra contra os latifundiários, notando se que somente são implantados em terras ociosos ou improdutivas, mudando o quadro daquele espaço, construindo habitações, cercados, cultivando plantas e usando maquinário agrícola e atraindo infra-estrutura urbana básica para o local em que se instalam, como por exemplo escolas e postos de saúde.
A consolidação dos assentamentos através do reconhecimento da sociedade de que eles são legítimos significa algo mais importante que uma simples concessão de terreno. Os assentamentos agrícolas significam uma chance de melhores condições de vida de trabalhadores com poucos recursos financeiros e que quando juntos, organizados e com um espaço de terra digno podem sobreviver dentro do mesmo sistema econômico que o restante da sociedade.
A Natureza e a Realidade Social dos Assentamentos
A luta pela terra age como modificadora da presente situação dos trabalhadores agrícolas do Brasil. Como a mais importante conquista dessa luta, tem se os assentamentos rurais que simbolizam a reivindicação de uma necessidade histórica do desenvolvimento do país. A ocupação de terras e a consolidação dos assentamentos se apresentam como um ciclo evolutivo na formação de novos agentes e outros meios com os quais esses agentes interagem com a natureza, em função de condições mais dignas de sobrevivência.
A conscientização da população rural sobre a melhor forma de exploração dos recursos naturais, atingido também lucros pela produção agrícola é de extrema importância não somente pela preservação da natureza, mas também pela preservação da própria sociedade rural. O trabalhador agrícola deve buscar informações para que a implementação dos assentamentos e a evolução da urbanização desse espaço aconteça de modo que haja o menor impacto possível na natureza, avaliando também como é possível recuperar áreas desmatadas. Ou seja, é a detenção do conhecimento de como gerir um negócio agrícola que irá direcionar o assentamento para o melhor uso da terra e para evitar catástrofes naturais.
Outra questão fundamental para as famílias assentadas é existência de uma boa organização social. ainda sobre esse ponto, as associações e as cooperativas são de fator decisivo para essas famílias, visto que criam a possibilidade dos assentados buscarem o apoio de entidades governamentais e facilitarem o escoamento dos produtos cultivados, dentre vários outros fatores.
O Desmatamento dos Assentamentos na Região Amazônica
Arvores Destruídas
Na região da Amazônia, mais de mil assentamentos rurais foram implementados até o começo dos anos dois mil, tomando conta do uma área de mais de duzentos mil quilômetros quadrados. Esses assentamentos são importantes para a justa distribuição de terras, sendo que favoreceram mais duzentas e trinta mil famílias na região. Contudo, as tarefas praticadas pelas famílias, como por exemplo o cultivo de plantações a e exploração madeireira, são atividades de grande potencial para causar o desmatamento e a degradação da mata nativa.
Segundo uma pesquisa que avaliou a situação da mata nativa da Amazônia em relação a implementação dos assentamentos de reforma agrária na Amazônia Legal, uma série de informações foram coletadas entre os de 1970 e até o começo dos anos dois mil, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – conhecido pela sigla Incra. Em torno de cem mil quilômetros quadrados, o que seria a metade da área dos assentamentos que se tem confirmados, foram desmatados nesse período, o que significa cerca de quinze por cento de todo o desmatamento da Amazônia. Nos últimos dez anos dessa pesquisa, o índice de desmatamento nesses assentamentos foi de quase dois por cento ao ano. Tais fatos levaram estudiosos da área à encontrar medidas de médio, curto e longo prazo a fim de reverter esse alarmante quadro.
Desmatamento em Assentamentos
Três atitudes podem tornar viável a necessidade social pela reforma agrária, ao passo em que se reduz o desmatamento e se recupera a mata nativa local. A primeira medida é implementar os assentamentos em regiões já desmatadas ou com problemas ambientais. Depois, deve se recuperar essas regiões desmatadas, enquanto se busca a urbanização desses assentamentos para que os trabalhadores agrícolas tenham acesso às necessidades básicas como escola, saúde e segurança. A medida final, seria inserir esses assentamentos em projetos governamentais de monitoramento do desmatamento da Amazônia. Confira a pesquisa completa acessando o link abaixo:
