Desta vez foi Portugal o escolhido para pagar parte da conta que a natureza apresenta pelos descuidos e agressões que vem sofrendo através dos tempos sem que atitudes sérias sejam tomadas para reverter o processo de destruição a que o homem a vem submetendo. Foi no arquipélago da Madeira onde o pior temporal já registrado deixou, no sábado, um cenário de destruição e morte e ao que tudo indica foi causado pela fúria da natureza que nos últimos tempos vem mostrando o quanto pode sair caro o descaso com que o homem vem tratando os graves problemas que a poluição, o desmatamento e outros tipos de agressões, vem causando. Os impactos ambientais são enormes quando erros graves acontecem com projetos imobiliários feitos de maneira errada e irresponsável, erros estes que a natureza cobra com juros como agora em Portugal onde em apenas cinco horas a quantidade de chuva chegou em Funchal que é a capital do arquipélago da Madeira, a 114 litros por m², local onde a média por ano não chega a 800 litros.
Causas da Tragédia
Esses são momentos em que os ambientalistas que vivem a fazer alertas sobre uma serie de erros cometidos contra a natureza e sua beleza, aproveitam para tentar uma conscientização maior como agora em que diante de tamanha tragédia vem denunciar os erros em projetos imobiliários que tiraram o espaço de canais de deságüe e que resultou no transbordamento formando pelas ruas de Funchal uma corrente de lama negra que em sua passagem foi carregando tudo que encontrava pela frente desde pedras e arvores até carros e casas numa dantesca cena de destruição jamais vista por quantos a assistiram. Os desastres ambientais resultantes de erros que agridem o meio ambiente vem mostrando de maneira impiedosa como nós somos pequenos e impotentes diante da fúria da natureza.
Saldo da Tragédia
Hoje, três dias após a tragédia a contagem de mortos chegava a 42, os feridos eram 70 e o número de pessoas desaparecidas era incerto sendo que as autoridades estavam estimando esse contingente entre 40 e 200. Com esses dados é bom que o povo prepare-se para o inesperado, pois o numero de mortos pode ser bem maior do que se tem até o momento. Muitos centros comerciais estão com os estacionamentos ainda inundados e corpos de pessoas que no momento da tragédia se encontravam nestes locais e que ainda estão desaparecidos podem ser aí encontrados. Serviços de telecomunicações, água e luz ainda se encontram parcialmente cortados. Miguel Albuquerque, prefeito de Funchal considera que algum erro cometido na parte urbanística da cidade não pode ser responsável pelo desastre ocorrido. Segundo os ambientalistas apesar do componente natural, houve um grave erro humano de prevenção e que falhou totalmente quando projetos de urbanismo foram feitos sob pressão imobiliária do setor de turismo que tem atividade durante todo o ano neste arquipélago.