Grandes Desastres Nucleares do Século XX: TOP 05

A energia nuclear tem história atribulada. Apesar de não fornecer energia livre de carbono a preços razoáveis, tem exposto o seu lado perigoso, com colapsos e radiação vazada. Os eventos mais graves são classificados como nível 07, referido como piores acidentes, enquanto que 01 é considerado como anomalia mais simples. Esse sistema de avaliação, juntamente com os relatórios e informações da comissão de regulamentação e os Estados Unidos Departamento de Energia, ajudou a desenvolver a lista das cinco mais perigosas acidentes nucleares do mundo.

01 – Chernobyl, União Soviética (Atual Ucrânia): 26 de abril de 1986. Nível Sete

O acidente nuclear de Chernobyl é amplamente considerado como o pior acidente da história da energia nuclear. É o único acidente nuclear que foi classificado como um “acidente grave” pela Agência Internacional de Energia Atómica. Durante um teste de rotina, os sistemas de segurança da fábrica foram desligados para evitar interrupções de energia para o reator.

O reator foi suposto a ser desligado em 25 por cento de capacidade, foi quando os problemas começaram. A alimentação do reator caiu para menos de um por cento, sendo que tinha de ser lentamente aumentada para 25 por cento. Apenas alguns segundos após as ações dos operadores das instalações, começou o teste, no entanto, a energia subiu inesperadamente e o desligamento do reator de emergência falhou. O que se seguiu foi um colapso nuclear!

Elementos do reator de combustível romperam, culminando em explosão violenta. As barras de combustível derretido atingiram temperatura superior a 3600 graus centígrados. O grafite em seguida cobriu o reator inflamado, permanecendo na atmosfera por mais de uma semana, expelindo em grandes quantidades de radiação para o meio ambiente. Depois deste fato o mundo passou a olhar com outros olhos o desenvolvimento de fontes energéticas alternativas.

Cerca de 200 mil pessoas tiveram de ser realocadas permanentemente após o desastre. AIEA relatou, em 2005, que 56 mortes podem estar ligadas diretamente ao acidente. Quarenta e sete delas eram trabalhadores da fábrica e nove eram crianças que morreram de câncer de tireoide.

O relatório passou a estimar que até quatro mil pessoas possam morrer de doenças ao longo prazo relacionadas com o acidente. Esses números são tema de debates, no entanto, principalmente porque a União Soviética fez muito para encobrir a extensão dos danos. A Organização Mundial de Saúde informou que o número real de mortes relacionadas à Chernobyl foi de cerca de nove mil.

02 – KYSHTYM, União Soviética (Atual Rússia): 29 de setembro de 1957. Nível Seis

A União Soviética também foi palco do segundo grande acidente nuclear que marcou a história do século XX. AIEA classificou o evento como um desastre nível 06, considerado “acidente grave”.

Os cientistas soviéticos foram freneticamente tentando alcançar os norte-americanos após a Segunda Guerra Mundial, quando começou a construção da instalação nuclear de MAYAK. A história nuclear soviética tem muitos buracos, por isso é impossível saber se algumas decisões tomadas na construção estavam a salvo. Como se viu, muitas dessas decisões comprometeram instalação da usina.

Inicialmente, os operadores da usina despejaram resíduos nucleares em um rio próximo, antes da instalação de armazenamento de resíduos, iniciada em 1953. A instalação do armazenamento começou a superaquecer, motivo pelo qual um refrigerador foi adicionado. No entanto, ele foi mal construído.

Em Setembro de 1957, o sistema de arrefecimento no tanque, que continha cerca de 70 toneladas de resíduos radioativos, falhou e a temperatura começou a aumentar. Isto causou explosão dos resíduos secos. Não houve vítimas imediatas, como resultado da explosão, mas a AIEA encontrou libertação significativa de material radioativo ao meio ambiente. A nuvem radioativa se espalhou por centenas de quilômetros ao nordeste.

O governo soviético lançou pouca informação sobre o acidente, mas foi forçado a evacuar dez mil pessoas na área afetada após relatórios. Estima-se que a radiação causou morte de 200 pessoas devido ao câncer.

03 – Windscale, Grã-Bretanha: 10 de outubro de 1957. Nível Cinco.

Windscale

Windscale

Os operadores perceberam que a temperatura do reator ficou em constante aumento, quando deveria diminuir. Eles inicialmente suspeitavam de que o equipamento estava com defeito. Quando dois trabalhadores da usina foram inspecionar perceberam que o reator estava envolto em chamas.

Estima-se que 200 pessoas na Grã-Bretanha desenvolveram câncer por causa de Windscale, metade deles fatais. O número exato de mortes é difícil de encontrar porque o governo britânico tentou encobrir o quão sério o fogo tinha sido. O primeiro-ministro, Harold Macmillan, estava preocupado em não desgastar o apoio público para projetos nucleares. Também é difícil colocar número exato sobre as mortes porque a radiação espalhou para centenas de quilômetros ao norte da Europa.

04 – Three Mile Island, Estados Unidos: 28 de março de 1979. Nível Cinco.

Tudo começou com um encanamento simples quebrado. Uma pequena válvula aberta para aliviar a pressão no reator foi acionada, mas não funcionou. Por causa dos efeitos proporcionados à água de resfriamento o núcleo começou a superaquecer. O núcleo começou a superaquecer, chegando a 4.300 graus centígrados. A água quase atingiu as barras de combustível, o que teria causado colapso completo do núcleo. Mas os designers da usina nuclear finalmente foram capazes de alcançar os operadores de planta para transformar a água novamente em condições estabilizadas.

O governo disse que ninguém havia morrido de causas relacionadas com o incidente. Porém, outros institutos alternativos descobriram que pode haver excesso de morte por câncer ao longo de um período de 30 anos, como resultado da radiação.

05 – Tokaimura, Japão: 30 de setembro de 1999. Nível Quatro.

Lote de urânio enriquecido foi preparado para um reator nuclear que não havia sido utilizado há três anos. Os operadores não tinham sido treinados em como lidar com o urânio, que era tão altamente enriquecido. Colocaram quantidade além da indicada para dentro da solução em um tanque de precipitação. Porém, o tanque não foi projetado para este tipo de urânio.

Somente quando o tanque foi drenado a reação química parou. Mas até então, já era tarde demais para dois dos três operadores que morreram de radiação. Menos de uma centena de trabalhadores e pessoas que moravam nas redondezas foram hospitalizadas por exposição à radiação. Mais de 160 pessoas que viviam dentro de mil pés da planta foram evacuados, segundo a Associação Nuclear Mundial.

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Categoria(s) do artigo:
Recursos Naturais

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