Reciclagem De Embalagens De Agrotóxicos

As embalagens vazias de agrotóxicos, diferentemente de qualquer embalagem plástica, não pode ser reutilizada no uso doméstico. Isso porque os produtos são agressivos, ou seja, nocivos à saúde humana e animal e pode provocar contaminação, caso ela seja reutilizada. Os agrotóxicos, como o próprio nome já diz, são produtos tóxicos para uso na agricultura com a finalidade de exterminar ou evitar pragas na plantação. E devido ao seu auto poder de toxidade, o seu manuseio requer muito cuidado, atenção e EPI’s necessários e as embalagens vazias não podem ser descartadas no lixo comum devido a estes riscos eminentes já citados.

Reciclagem De Embalagens De Agrotóxicos

Reciclagem De Embalagens De Agrotóxicos

Números No Brasil

O Brasil, por ser um país ainda fortemente agropecuário, tendo, anualmente, um uso muito considerável do uso desses produtos, lidera o ranking mundial no recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos, e só no ano de 2012 o recolhimento das embalagens que foram encaminhadas ao inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias – ONG responsável pela destinação final das embalagens) teve um número surpreendente, cerca de 9% maior do que as recolhidas no ano anterior, somando uma quantidade de 37.379 toneladas/ano.

É um dado muito significativo, pois de todos os produtos que são comercializados por ano no Brasil, 94% tem as embalagens recolhidas pela ONG, que é responsável pelo destino final desse material que, caso seja descartado aleatoriamente, além de trazer riscos à saúde humana e animal, também pode ser muito agressivo ao meio ambiente.

Números No Brasil

Números No Brasil

O inpEV recolheu, nos últimos 13 anos, mais de 246 mil toneladas destas embalagens. É surpreendente este número num país onde a educação ambiental e noções de sustentabilidade e reciclagem ainda são pouco praticas. Mas o Brasil, país emergente, liderando este ranking, é deveras, muito positivo, o que nos emerge a ações positivas e úteis e a tantas outras expectativas para a coleta seletiva, por exemplo.

Esses números, seguindo um ranking nacional por estado é liderado por Mato Grosso,      que foi responsável pelo recolhimento de 8,6 mil toneladas de embalagem só em 2012 e logo atrás vem os estados do Paraná com 4,8 mil toneladas recolhidas, São Paulo com 3,7 mil toneladas e Goiás com 3,5 mil toneladas. Curiosamente, se percebermos mais atentamente, são os quatro estados mais agroindustriais do país e é bem natural que sejam lideres de devolução das embalagens, já que são lideres de compra desses produtos. Os resultados são muito bons, o que gera menos impacto no meio ambiente, menos riscos à saúde e também gera renda para as empresas de reciclagem.

Legislação

Mas este número surpreende que gira em torno de 94% de recolhimento das embalagens vazias de agrotóxicos não se dá de forma aleatória e nem por amor ao meio ambiente, até por que a nossa educação, principalmente em relação ao meio ambiente, a sustentabilidade e a reciclagem ainda são muito efêmeras, vazias e sem muitos fundamentos para a maioria da população. Mas se dá, principalmente, por que a fiscalização é muito rígida, pois existem leio de agrotóxicos e de crimes ambientais que regulam, fiscalizam e punem quem não dá destinação devida a estas embalagens.

O agricultor deve, depois de utilizar os produtos agrotóxicos, fazer a primeira lavagem nas embalagens e esta água deve ser usada para pulverizar a plantação e não deve ser descarta aleatoriamente em qualquer lugar, muito menos dentro de rios, lagos ou açudes. Depois deve-se lavar mais duas vezes, furá-las, para que não sejam reutilizadas e entregues nos postos de venda ou coleta. Os vendedores, por sua vez, entregam para as fábricas, que entregam aos postos de coleta do Sistema Campo Limpo e inpEV. Este fluxo é todo orientado e os locais de postos de entrega estão discriminados na nota fiscal

A Lei Federal para este fim de punição e fiscalização foi promulgada no ano de 2000 sob o nº 9.974 e desde 2002 que o material recolhido tem destino certo através do inpEV, então criado no ano de 2002, sem fins lucrativos, para auxiliar no recolhimento das embalagens, separação por material e encaminhamento para as empresas de reciclagem. A multa para quem não respeita a legislação gira em torno de 20 mil reais.

Resultados Alcançados

Até o ano de 2001, as embalagens não tinham destino certo e não havia ainda a criação das associações para recolhimento e reciclagem das embalagens e com isso alguns problemas eram muito comuns, dentre eles a contaminação de indivíduos e também a contaminação do solo.

Após a regulamentação da Lei Federal, desde 2002 que a coleta das embalagens diminuiu o impacto ambiental causado pela queima das mesmas. Os agricultores sempre tiveram ciência de que as embalagens eram prejudiciais à saúde, portanto não poderiam ser reutilizadas, mas até então não havia o que fazer com elas, então eles as queimavam, o que provocava mais um efeito nocivo para o meio ambiente, já que a combustão desse material emite uma grande quantidade de CO2. A redução da emissão de CO2 foi significativamente positiva após a implementação da Lei e os impactos na camada de ozônio agora, por este motivo, já foi reduzido.

Outro hábito dos agricultores além de queimar as embalagens, era enterrá-la, o que não deixa de ser altamente agressivo ao meio ambiente, já que o solo, além de contaminado pelo produto, leva décadas, até milênios, para decompor esses materiais.

Destino Final Das Embalagens

Existem no Brasil 421 unidades de recebimentos das embalagens usadas de agrotóxicos que estão distribuídas por todo o país. A associação que é responsável por este trabalho é o Sistema Campo Limpo, que emprega atualmente mais de 2 mil pessoas, responsáveis pela captação, separação das embalagens por material (vidro, papelão, plástico ou metal) e também pelo encaminhamento dos materiais para as cooperativas de reciclagem.

As fábricas, quando recebem de volta este material é que fica responsável pela entrega à associação. As embalagens que são recicladas viram novas embalagens para as próprias fábricas de agrotóxicos e muitos outros materiais, quando reciclados, tornam-se uteis para a produção dos tubos de fiação, cabos subterrâneos, cabos para irrigação e conduítes, que são tubulações usadas para a instalação elétrica na construção civil, dente outros materiais.

Essas ações, em concomitância com a partição governamental, não governamental, industrial e  comercial, estão ajudando o Brasil a livra-se das toneladas de material recolhido anualmente e dando um fim útil às embalagens e gerando renda para famílias das cooperativas de reciclagem!

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Categoria(s) do artigo:
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