Seca em Fernando de Noronha

Localizado na costa do nordeste brasileiro, o arquipélago de Fernando de Noronha é um importante ponto turístico do país. Recebendo mais de 60 mil turistas todos os anos, o arquipélago, vem enfrentando uma das piores secas dos últimos anos. A chuva não tem sido o bastante para abastecer os 3.500 moradores e turistas que estão de passagem.

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Para se ter uma ideia da gravidade de seca em Fernando de Noronha, tem épocas em que o arquipélago tem água num dia e passa outros nove sem nenhuma gota. Os turistas pagam por dia uma taxa de permanência de R$ 48,20. A crise de abastecimento começou com a seca do açude de Xaréu.

O Açude de Xaréu

O maior açude de Fernando de Noronha, Xaréu, tem capacidade para armazenar 200 mil metros cúbicos de água e dessa forma garantia 41% da água necessária. Entretanto, uma forte seca se abateu sobre esse açude, essa é a pior seca em 50 anos. O açude secou e isso fez com que a ilha passasse a ter falta de água.

Reflexo no Turismo

A falta de água nas torneiras afeta o turismo na ilha, tem pousadas e hotéis que não conseguem lavar toalhas e roupas. Já está sendo feito um reaproveitamento da água usada para lavar roupa para a faxina. Chegou ao ponto de algumas pousadas cancelarem as reservas.

Aproveitamento da Água do Mar

O abastecimento de Fernando de Noronha tem sido feito a partir do uso de dessalinizadores que transformam a água do mar e água potável. Porém, essa ainda não é a solução definitiva já que as máquinas operam somente em metade do dia enquanto a maré está cheia.

Uma forma de tentar resolver a questão é uma obra que objetiva levar a tubulação de captação de água dos dessalinizadores para mais perto da água para que se possa utilizar o equipamento por 24h por dia de forma a dobrar a produtividade. A responsabilidade pela obra que custará R$ 4,7 milhões é da Companhia de Saneamento de Pernambuco que é a responsável pelo abastecimento da ilha.

Causas da Seca

Em parte a seca se deve ao clima semiárido de Fernando de Noronha que é semelhante ao do agreste de Pernambuco. Além disso, as chuvas vinham diminuindo há anos o que contribuiu para a redução do abastecimento. Estudos realizados por especialistas determinaram que a estrutura hídrica do arquipélago não é suficiente para atender a demanda.

Uma sugestão que pode ajudar a ilha é ampliar a capacidade de armazenamento através especialmente da captação da água da chuva. O agravamento do problema começou em 2013 quando houve uma estiagem muito rigorosa. No mês de junho desse ano houve apenas uma chuva o que acarretou num armazenamento de apenas 18% do reservatório. A solução foi além da dessalinização da água do mar contratar carros-pipa para fornecer água para a ilha.

Divisão em Áreas

A ilha de Fernando de Noronha se vê as voltas com uma das piores secas das últimas cinco décadas que já acabou com a água no único manancial de água doce da região. Mesmo com o esforço da prefeitura de Fernando de Noronha para manter o abastecimento ainda tem muitas famílias sem água.

O território foi dividido em oito áreas sendo que cada uma delas recebe água a cada nove dias. No início do racionamento as pessoas recebiam água um dia a cada cinco, porém, com a redução da água o abastecimento foi sendo diminuído até culminar nessa situação. A ilha depende do manancial para ter o seu abastecimento de água.

O Manancial

O manancial quando está cheio pode chegar a acumular até 411.000 metros cúbicos de água. Com o manancial cheio as famílias têm o fornecimento garantido uma vez que grande parte delas tem depósitos em suas casas. As dessalinizadoras produzem por hora 27 metros cúbicos que são distribuídos em caminhões-pipa através dos 17 km quadrados da ilha.

Entretanto a quantidade de água produzida se mostrou insuficiente diante do aumento de moradores e de turistas na ilha. Com a obra que será realizada a produção de água dos dessalinizadores será de 60 metros cúbicos por hora durante 24 horas por dia. Isso em princípio poderia remediar o problema, mas é claro que a seca é uma ameaça constante.

Situação Limite

A falta de água é uma situação que leva as pessoas ao seu limite, embora as autoridades da ilha garantam que não faltará abastecimento de água em hospitais e unidades de atendimento básico houve revolta por parte da população. Com o racionamento as pessoas ficaram muitos dias sem água e isso culminou em protestos e bloqueio de uma das estradas do arquipélago.

O carnaval de 2014 foi um dos mais complicados já que o número de turistas se multiplica e com isso aumentam os problemas de falta de água. Durante o período de carnaval e outros feriados o consumo de água de Fernando de Noronha aumenta em torno de 20%.

Isolamento

Um dos fatores que complicam a resolução da seca em Fernando de Noronha é o fato de se tratar de uma ilha. Em estados das regiões Sul e Sudeste que também enfrentam problemas de seca é possível remediar a situação com o transporte de água. Entretanto, a ilha tem maiores dificuldades uma vez que é inviável o transporte de água para ela.

As soluções para a falta d’água devem ser geradas dentro da própria ilha. Devido a isso as soluções possíveis realmente giram em torno de captação de água da chuva e de dessalinização da água do mar.

Fernando de Noronha – O Paraíso

Mesmo com esse problema gravíssimo de abastecimento de água o arquipélago recebe um número cada vez maior de turistas e é um dos destinos mais caros do Brasil para visitar. O arquipélago possui 21 ilhas que tem origem vulcânica e pertencem ao estado de Pernambuco desde 1988.

Fernando de Noronha fica numa área de 26 quilômetros quadrados, no Oceano Atlântico a nordeste da capital pernambucana, Recife. Antes de integrar o estado de Pernambuco, Fernando de Noronha, era um estado cuja sigla era FN e sua capital era Vila dos Remédios.

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