Como Funcionam os Bancos de Sementes

Sem as plantas a humanidade não viveria bem, uma que elas fazem parte do bom funcionamento do ecossistema. São dessas espécies que retiramos fibras para confeccionar roupas, o oxigênio se deve a elas, servem para retirar ingredientes para fabricação de remédios e além disso, algumas são fonte de alimentação. Você sabia que atualmente, das 7 mil espécies de plantas que são cultivadas mundialmente falando, somente uma pequena parte delas é usada na alimentação. Estamos falando somente de 30 das 7 mil. O milho, o arroz e o trigo fazem parte da metade do consumo de alimentos mundial.

Sabendo essa importância das plantas e usando a cabeça de um diretor de filmes de catástrofes de Hollywood. O que aconteceria no mundo se as plantas deixassem de existir? Saiba que pensar em perder algumas espécies não é nada surreal. Atualmente, o trigo está diminuindo, as reservas chegaram ao menor índice registrado nos últimos anos. O que acontece é que o consumo superou o que os agricultura consegue produzir e para manter esse nível é difícil.

Os mais otimistas apostam em um caso isolado, que não durará por muito tempo. E se não for assim? E se além do problema da incompatibilidade entre produção e consumo, um desastre natural ainda desse fim aos estoques. É nesse ponto que entra o nosso tema: os bancos de sementes. Uma solução para esses e outros problemas, segundo os cientistas.

O que é Exatamente um Banco de Sementes: Aprenda

A maneira mais simples para entender o que é um banco de sementes é comparando-o a uma caderneta de poupança. Funciona com as sementes que são devidamente guardadas em lugares onde estão longe de qualquer adversidade e que em uma emergência, podem ser “sacadas”, isto é, usadas. Como na caderneta de poupança, que se guarda um dinheirinho para uma emergência no futuro.

É claro, que para que um banco de sementes funcione é necessário que elas sejam armazenadas seguindo uma série de normas, que garantem a sua qualidade. Algumas podem passar até décadas guardadas antes de serem usadas.

Segundo dados de revistas especializadas no assunto, o número de bancos de sementes no mundo atualmente chega a 1.400 no total e o mais importante deles é o Svalbard Global Seed Vault, também chamado de “cofre do juízo final”. O brasileiro, é o quarto maior do mundo, e abriga cerca de 150 mil amostras. A responsável pelo nosso banco de sementes é a Embrapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Veja os Motivos que Fazem com que os Bancos de Sementes Sejam Necessários!

Não se trata de uma ideia nova, o banco de sementes, segundo os cientistas, a iniciativa pode ter raízes por volta de 8.000 a.C., quando se tem sinais do início da agricultura. Naquele momento, os agricultores entenderam que era necessário proteger as sementes. E foi por isso, que a colheita delas se tornou um dos rituais de maior importância nas comunidades agrícolas da antiguidade. Existe registro de bancos de sementes, que foram descobertos por cientistas no Iraque, que datam de mais ou menos 6.750 a.C.

O objetivo deles, naquela época, era de proteger as sementes de catástrofes naturais e dos animais. Atualmente, as preocupações são outras, a principal, a diversidade de culturas. As plantas e os seres humanos carregam características genéticas diferentes uns dos outro. Foi assim que o ser humano e as plantas foram evoluindo e se adaptando as novas condições. Por isso, uma ideia é adaptar uma espécie de planta em uma determinada situação. Como por exemplo, o milho, que pode ser cultivado em climas diferentes, por isso, seu cultivo acontece em variadas partes do mundo.

E a variedade, segundo os cientistas, é um ponto de preocupação e deve ser mantida, pois é ela que garante que nenhuma planta será perdida. Outro exemplo claro, sempre com o milho, falamos dos anos 70, que um fungo nos Estados Unidos detonou 50% da produção daquela época. O problema só foi resolvido com a ajuda de um “primo” próximo do milho, uma variante selvagem, que era resistente ao fungo.

Outros Motivos Para o Uso dos Bancos de Semente:

  • Mudanças climáticas: que pode afetar o clima gerando novas pestes que tenham o poder de destruição muito grande, chegando a poder extinguir determinada espécie.
  • Desastres naturais: como o tsunami de 2004, que acabou com todos os arrozais no Sri Lanka e na Malásia.
  • Doenças: uma doença pode acabar com toda uma espécie em pouquíssimo tempo.
  • Desastres artificiais: são os problemas causados pelo homem, como por exemplo,  uma guerra, o desmatamento, entre outros.
  • Pesquisas: as plantas devem estar sempre sendo pesquisadas e nelas são encontradas respostas para cura de muitas doenças.

Como Funcionam os Bancos de Semente

Os bancos de semente não necessariamente funcionam da mesma forma, o que causa essa variação são os tipos de recursos que cada um deles tem a sua disposição. Para que você entenda melhor o funcionamento de um banco de semente, pegamos o da Austrália, Departamento de Meio Ambiente e Preservação, como exemplo:

  • O primeiro passo é a escolha de quais sementes serão coletadas. Os pesquisadores responsáveis pela escolha usam como critério principal, as espécies ameaçadas de extinção.
  • Uma vez determinadas as plantas, elas são localizadas e incia-se o processo de coleta. O ideal é que elas sejam colhidas quando já estão maduras, porém, em alguns casos, isso não é possível, e a colheita se estende por um período maior.
  • A colheita é feita manualmente pelos pesquisadores que usam para realizar o processo: cortadores de ramos, pinças, redes para sementes, armadilhas e conchas. A ferramente varia de acordo com a planta.
  • As colheitas são feitas com ficha sobre o que será armazenado: localização, habitat natural da planta, as suas características, o solo em que ela estava, entre outras.
  • Em seguida, cada amostra recebe um número.
  • Para garantir a qualidade das sementes, os pesquisadores as limpam com a ajuda de peneiras ou com uma máquina que sopra ar para retirar as impurezas.
  • Chega quase ao fim, quando é necessário retirar a umidade das sementes colhidas. Esse processo é feita em um ambiente especial, que tem umidade e temperatura controladas. Dessa sala as sementes são depositadas em vasilhas vedadas e impermeáveis ao ar.
  • E por fim, as sementes são congeladas em um ambiente com temperatura com menos de 20 graus.
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